Inovação, empreendedorismo e uma dose de coragem. Foi essa a receita que a empresária Angelina Pasqualotto usou para investir em um novo negócio. A mistura de ingredientes deu tão certo que em menos de um ano, Angelina viu nascer, se consolidar e crescer seu investimento. Hoje, aos 30 anos, já faz planos para ir ainda mais longe.
Tornar-se empresária, no entanto, não foi algo planejado. Muito pelo contrário, Angelina é formada em Psicologia, mas não chegou a exercer a profissão. Após a faculdade, tornou-se mãe da pequena Antonella, que completa quatro anos neste final de semana, e no tempo que ficou em casa viu surgir a oportunidade de começar a vender lingerie para as próprias amigas. Foi um amigo da família que reconheceu nela o perfil para se tornar dona da própria loja. Ela conta que ficou na dúvida, mas graças ao apoio do marido, o também empresário Julcelir Pasqualotto, resolveu tentar. “Eu tomei gosto por isso, porque a lingerie é um produto que encanta, ela mexe com a vaidade feminina e a maioria das minhas clientes são muito vaidosas, elas gostam de surpreender o parceiro. Então eu resolvi investir”, lembra.
Foi através de viagens e observando o mercado já existente em Passo Fundo que Angelina descobriu um nicho pouco explorado e resolveu criar algo novo, abrindo uma boutique de moda íntima. “Nós fizemos uma ruptura total da linguagem que já existia. Porque até então nós tínhamos lojas de moda íntima que se baseavam em um formato e seguiam aquele padrão. E claro, em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, já existiam essas boutiques. Então a gente pensou que se fosse para fazer algo, deveria ser diferenciado, com um conceito novo”, destaca.
A boutique, então, ganhou conceito, forma e nome, Dolce Peccato, e no dia 15 de setembro de 2015 nasceu a primeira loja, localizada na rua Fagundes dos Reis, considerado um ponto estratégico pela empresária. Demorou apenas seis meses para que Angelina já iniciasse a negociação de um outro local para abrir a primeira filial, inaugurada no dia 06 de abril deste ano. “Quando colocamos a loja já tínhamos ideia de expandir, até porque a gente estava criando uma marca própria, então sempre foi nossa ideia, mas não imaginávamos que seria tão rápido”, comenta. Dessa vez, o local escolhido foi a rua Morom que, segundo ela, é a rua mais charmosa e o celeiro da moda em Passo Fundo.
Moda íntima com diferencial
Para Angelina, tanto sucesso se deve a alguns diferenciais que ela sempre prezou desde o começo e que incluem o atendimento personalizado, com uma equipe que comprou a ideia, e a qualidade do produto. “A moda íntima hoje está indo muito para fora de casa. É o que a gente chama do estilo easywaer, aquele estilo que a gente usa dentro de casa, mas que pode tranquilamente levar para fora, é o estilo americano de ser, eles são muito práticos. A gente tem um estilo diferente de loja. Foi um conceito novo que nós lançamos”, explica.
Além disso, a empresária também atribui o sucesso aos próprios clientes: “Foram eles que nos deram a credibilidade e a confiança de estarem todos os dias aqui. Todos os nossos clientes são nossos amigos e a gente tem muito orgulho e se sente muito agradecido a eles porque sem eles nós não seríamos nada”.
Planos audaciosos
Quem pensa que Angelina vai parar por aí, se engana. Os planos da empresária vão muito além. Para o próximo ano, pretende abrir mais uma loja, dessa vez em um shopping. Depois, ela pretende abrir franquias, já que tem muita gente interessada em ser parceira da loja e há ainda o plano de lançar uma etiqueta própria. Acha que acabou? Angelina também está planejando viajar para fora do país para fazer parcerias com marcas internacionais. “O projeto é audacioso, grande, que cresceu muito rápido. As pessoas dizem que eu sou uma mulher de sorte. Eu não me considero uma mulher de sorte, eu vejo que quanto mais trabalho, mais sorte eu pareço ter. É tudo fruto de muito trabalho, de uma parceria muito boa com meu sócio e marido, que é quem me dá todo o respaldo e apoio possível”. Para ela, tudo faz parte de um tripé: ter visão de negócio, ou seja, enxergar seu negócio pronto, ter coragem para conseguir mantê-lo e competência para levar o projeto adiante. “Esse tripé é importante e são coisas que a gente leva ao pé da letra aqui”.
Mas com tanto sucesso no ramo dos negócios, como fica a carreira de psicóloga? Angelina garante que a faculdade lhe ensinou muita coisa, mas que nunca se sentiu inspirada a desenvolver essa carreira. “Eu sempre fui para o ramo do empreendedorismo, sempre gostei de empresa, isso sempre me encantou. Mas não deixo de exercer minha função na área da psicologia porque eu lido com pessoas e eu gosto de buscar o que as pessoas têm de melhor. Eu sou apaixonada por pessoas e hoje me vejo no ramo certo. Nunca me senti uma psicóloga, eu sou uma empreendedora”, frisa.
E como empreendedora, Angelina é apaixonada pelo caminho que escolheu e garante que o que mais lhe encanta é entregar a seus clientes algo que seja diferenciado. “Temos vários perfis de clientes, da básica sofisticada, até aquela que busca algo para ocasiões especiais, como o dia dos namorados que é uma data estratégica e crucial para nós. São vários tipos de mulheres, cada uma com sua vaidade e isso para nós é muito claro quando elas chegam aqui. Isso é importante. Eu acho fascinante porque quando eu entrei nesse ramo já sabia que mulher era apaixonada por ligerie, mas não sabia que era tanto”, finaliza.