HSVP realiza pesquisa e acompanhamento de mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos

Caracterizada por provocar a formação de cistos nos ovários, pela menstruação irregular e alta produção de testosterona (hormônio masculino), é uma disfunção ovariana com aumento de secreção de androgênios pelos ovários

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A Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS) é um distúrbio hormonal que atinge 20% das mulheres durante a fase de vida reprodutiva. Caracterizada por provocar a formação de cistos nos ovários, pela menstruação irregular e alta produção de testosterona (hormônio masculino), é uma disfunção ovariana com aumento de secreção de androgênios pelos ovários. No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, com a coordenação da ginecologista Dra. Karen Oppermann Lisboa, três estudos sobre PCOS estão sendo realizados, onde as pacientes podem além de diagnosticar, acompanhar e tratar a doença.
Conforme Karen, na Síndrome dos Ovários Policísticos a ovulação não ocorre regularmente, podendo se manifestar como menstruações irregulares ou mesmo ausência de menstruação. Além dessa disfunção ovulatória, ela explica que também há tendência de acumular androgênios, que são hormônios normalmente secretados pelos ovários, e no caso das pacientes que apresentam PCOS, esses androgênios podem se encontrar elevados, porém, ainda nos limites inferiores aos encontrados nos homens. “A síndrome também apresenta alterações metabólicas, como resistência à insulina, intolerância à glicose, risco de diabete mélito e aumento da gordura abdominal. As pacientes com PCOS além desses sinais tem uma tendência maior à obesidade e depressão. A falta de tratamento pode trazer a infertilidade em função da dificuldade de ovular”, explica a especialista alertando ainda que estas pacientes apresentam risco maior de diabetes, abortamento, hiperplasias e câncer uterino.
Quanto ao diagnóstico, se precoce ajuda a reduzir o risco de complicações. “As pacientes que apresentarem ciclos menstruais (sem o uso de pílula) longos , ou seja, menstruarem a cada 35-40 dias ou mais, ou de forma bem irregular, que apresentarem aumento de pelos corporais ou perda de cabelo na parte de cima da cabeça e acne grave podem ter PCOS. O diagnóstico é feito pela consulta e exame físico, dosagens hormonais e exame ecográfico dos ovários”, destaca Karen salientando também que não é necessário ter todos os sintomas descritos, parte das alterações já podem indicar PCOS.

Onde e como funciona a pesquisa no HSVP
A ginecologista informa que há pesquisas de Síndrome dos Ovários Policísticos em funcionamento no HSVP. “Temos uma que faz parte do estudo brasileiro de PCOS, onde as pacientes respondem um questionário amplo e depois marcamos os exames laboratoriais, que serão realizados gratuitamente pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Todas as mulheres com suspeita ou não de PCOS, com idade entre 15 e 39 anos e que possam interromper a pílula anticoncepcional (se estiverem usando) por 3 meses, estão sendo incluídas. Ainda, depois do diagnóstico feito, elas entram em outro estudo de tratamento e acompanhamento”, pontua.
Mulheres que apresentarem algum dos sintomas devem procurar o Ambulatório do SUS, no HSVP, na rua XV de Novembro, às quartas-feiras entre 13h e 15hs para agendar a consulta. O encaminhamento também pode ser feito via secretarias de saúde.

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