Amamentar é um gesto que além de alimentar o bebê oferece proteção, saúde e cria laços fraternos. É no leite da mãe que a criança encontra os principais nutrientes, anticorpos e vitaminas, que vão lhe trazer benefícios para toda vida. No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo a amamentação é uma das causas incentivadas na maternidade e unidades que atendem bebês, sendo preconizada e apoiada por uma equipe multiprofissional.
No HSVP, é logo após o nascimento, ainda no Centro Obstétrico (CO), que o bebê é induzido pelo médico a mamar. O incentivo tem continuidade na Maternidade durante a recuperação da mãe. Se o bebê não apresentar condições clínicas favoráveis para mamar, a mãe pode utilizar a Sala de Coleta de Leite Materno, onde retira o excesso de leite para evitar que o peito empedre e a impeça de amamentar. As mães também têm a assistência nutricional para melhorar a produção do leite, além de assistência fonoaudiológica. “O leite materno estabelece a ligação afetiva entre a mãe e bebê e os benefícios são inúmeros. Para a mãe diminui o risco de câncer de mama e ovário, faz o útero voltar mais rápido ao normal, retorno do peso normal, não custa nada e aumenta o vínculo afetivo. Já para o bebê, protege contra infecções e alergias, está sempre pronto e na temperatura ideal, previne desnutrição e obesidade, melhora o crescimento, desenvolvimento e a inteligência”, explica a enfermeira gestora da Maternidade do HSVP, Gianna Etchepare Soldera.
A amamentação é um momento único, que requer preparo da mãe. Conforme Gianna este deve iniciar ainda no pré-natal e ser intensificado com a chegada do bebê, já que a posição correta e a pega são fundamentais para o êxito na amamentação. A vontade da mãe e o apoio da família também são diferenciais no processo da amamentação. “Além de incentivar o aleitamento na Maternidade, o HSVP orienta e prepara as mães durante a gestação através do Curso de Orientação às Gestantes, oferecido gratuitamente pela instituição”.
Mitos e verdades sobre amamentação
Cerveja preta estimula a produção do leite?
MITO. A descida do leite depende de três fatores: que a mãe se hidrate bem (por isso, é recomendável tomar bastante líquidos), que o corpo dela esteja descansado e, o principal, que o bebê sugue o peito. Até mesmo mães adotivas, que não engravidaram, são capazes de amamentar nessas condições.
Estresse faz o leite secar?
MITO. Mas pode atrapalhar a sua descida. Isso porque a vazão do líquido depende da liberação do hormônio ocitocina. Em uma situação de muito cansaço e ansiedade, a produção dessa substância é bloqueada.
Alguns leites são mais fracos?
MITO. A qualidade é sempre a mesma e todas as mulheres são capazes de produzir leite suficiente e adequado para o seu filho. Mesmo mães desnutridas ou que precisam seguir uma dieta restritiva conseguem preservar as propriedades do alimento.
Seios pequenos produzem menos leite?
MITO. O que dá forma ao seio é o tecido adiposo, a gordura. Isso não tem nada a ver com a glândula mamária, que é a responsável pela produção do leite.
Dar de mamar faz os peitos caírem?
MITO. A queda do peito depende de vários fatores: hereditários, idade e aumento de peso. A própria gravidez causa mudança na sua forma e posição.
Criança que arrota mamando faz o peito inflamar ou o leite secar?
MITO. Não há comprovação científica desta afirmação popular.
Se interrompida por um longo período, a amamentação pode ser retomada?
VERDADE. Basta que a mulher esvazie os seios regularmente, como se a criança estivesse mamando. Assim ela provavelmente continuará produzindo leite.
A alimentação da mãe reflete no leite?
VERDADE. Tudo o que ela ingere passa para o leite materno. "Comidas que causam flatulência na mãe também causarão na criança”. Segundo a especialista, Catarina Mendonça, vale a pena apostar em um cardápio variado durante o aleitamento. "Estudos mostram que, se a lactante tem uma dieta variada nesse período, o bebê aceita melhor a diversidade de alimentos quando começa a comer."
Chocolate, café, chá preto, coca-cola, chimarrão podem interferir na amamentação?
VERDADE. Pois são estimulantes e podem deixar o bebê mais agitado.