A alimentação é fundamental para nossa sobrevivência e manutenção da saúde. Uma dieta equilibrada traz qualidade de vida e pode evitar muitos problemas de saúde, e se ficamos doentes, ela é parte fundamental da recuperação. Por isso, é preciso ficar atento a problemas nutricionais como a desnutrição, que podem trazer riscos à saúde como infecções,perda muscular e queda nas defesas corporais. Durante a 8ª Jornada Multiprofissional de Terapia Nutricional do Planalto Médio, realizada pela Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, o representante da Sociedade Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNP) o médico João Wilney Filho, abordou esse tema, e orientou sobre os cuidados com este problema.
Conforme o Ministério da Saúde, a desnutrição pode ser definida como uma condição clínica decorrente de uma deficiência ou excesso de um ou mais nutrientes essenciais, e pode apresentar caráter primário ou secundário, dependendo da causa que a promoveu. Na forma primária, a pessoa come pouco ou“mal”. Ou seja, tem uma alimentação insuficiente em calorias e nutrientes. Já na causa secundária a ingestão de alimentos não é suficiente porque as necessidades energéticas aumentaram ou por qualquer outro fator não relacionado diretamente ao alimento, como por exemplo, presença de verminoses, câncer, anorexia ou alergias e intolerâncias alimentares. “É preciso entender que não comer e perder peso estando doente, não é algo normal e que isso tem um impacto na vida das pessoas. Por exemplo, uma pessoa com câncer, o apetite vai diminuir, começa a comer menos, mas é algo que não pode passar em branco. É preciso observar quanto eles deveriam estar comendo e quanto estão conseguindo comer e planejar intervenções para isso”, explica João, completando que isso deve ser observado também nos idosos já que, estes sentem menos apetite e acabam comendo só sopas, gelatinas que muitas vezes, não tem todos os nutrientes necessários. “Isso tem um impacto na vida dos idosos, eles vão infectar mais, fazer mais cirurgias e ter mais declínios da própria capacidade funcional. Por isso, as pessoas devem observar essas questões e procurar um profissional para avaliar qual tipo intervenção necessária para que a pessoa melhore seu estágio nutricional”.
Para se ter uma dimensão desse problema, segundo o especialista, 48% dos pacientes que internam chegam aos hospitais com desnutrição, ou seja, já debilitados para enfrentar algum tratamento. “Para que esses pacientes não cheguem ao hospital desnutridos é necessário uma maior atenção e que a intervenção inicie ainda na rede básica, nos consultórios ou onde o paciente é atendido de forma ambulatorial. Os profissionais precisam identificar as pessoas que estão em risco precocemente”, enfatiza João.
Quanto ao cuidado no hospital, ele ressalta que isso já está bem constituído com legislações e protocolos. “A triagem nutricional e se necessário a terapia nutricional já são bem conduzidas nos hospitais. Temos insumos, tecnologia de ponta e informação para os profissionais, o que precisamos melhorar ainda, é na questão do acompanhamento após a alta do paciente. É preciso orientar bem pacientes e família para que ele continue seu tratamento, não reinterne e volte para o convívio em sociedade o mais rápido possível”, destacou o especialista em Nutrição Enteral e Parenteral, evidenciando ainda que, a Terapia Nutricional traz benefícios para o paciente e também para a instituição, já que, esse paciente terá uma recuperação mais rápida.