Conheça cinco medicamentos inovadores para 2016

Tratamentos recém-aprovados pela Anvisa ou em vias de receberem registro podem beneficiar milhares de pacientes com esclerose múltipla, câncer, hemofilia e outras doenças

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

A aprovação de tratamentos inovadores – capazes de superar os benefícios terapêuticos oferecidos por aqueles já existentes – pode aumentar as chances de cura, melhorar adesão a tratamentos crônicos ou diminuir efeitos colaterais, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Em 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o maior número de registros de medicamentos desde 2010. Foram 742, entre novos, similares e genéricos. Entre eles, estão medicamentos que modificam positivamente o tratamento da hepatite C e os primeiros produtos biossimilares.
Abaixo, listamos cinco outros medicamentos inovadores recém-aprovados ou na eminência de receberem o registro, em diversas áreas. Confira.

Esclerose múltipla
Graças aos avanços na área, os pacientes contam desde o fim do ano passado com uma nova opção de medicamento oral que, além de oferecer conveniência e praticidade facilitando a adesão ao tratamento, oferece avanços significativos no controle da doença. O fumarato de dimetila, primeiro imunomodulador oral para o tratamento da esclerose múltipla recorrente-remitente, forma mais comum da patologia.
O medicamento proporciona uma nova abordagem para tratar a esclerose múltipla. Seu principal diferencial é estimular os genes envolvidos nas respostas anti-inflamatórias, ativando as células de defesa do próprio corpo para combater a inflamação cerebral comum nos pacientes com esclerose múltipla. O medicamento reduz em até 49% a proporção de pacientes que apresentaram surtos, em 53% a taxa de surtos anual e em 38% a progressão da incapacidade. Entre outros benefícios estão efeitos adversos gerenciáveis e transitórios (um alívio diante dos tratamentos iniciais), sendo os mais comuns rubor facial, diarreia, náusea e dor abdominal.

Melanoma e câncer de pulmão
Pacientes com cânceres avançados poderão contar com pembrolizumabe, uma imunoterapia anti PD-1 prevista para ser aprovada pela Anvisa ainda este ano. A imunoterapia é uma nova abordagem do tratamento do câncer que estimula o sistema imunológico do próprio paciente, antes bloqueado pelas células cancerosas, de combater o tumor.
O uso do medicamento restaura o sistema biológico, destruindo o tumor e bloqueando sua evolução. A terapia já está aprovada em mais de 40 países para o tratamento do melanoma e do câncer de pulmão avançado, e é investigada para mais de 30 tipos de canceres.

Hemofilia
Há mais de 17 anos os pacientes com hemofilia não têm novidades no tratamento da doença, que atualmente é feito através da infusão do fator de coagulação deficiente duas ou mais vezes por semana, dependendo da gravidade da doença. Essa realidade pode mudar com a aprovação dos fatores recombinantes de longa duração. O indicado para o tratamento da hemofilia B (quando falta no sangue o fator IX de coagulação) acaba de receber o registro da Anvisa. O indicado para a hemofilia A (quando falta no sangue o fator VIII de coagulação), até o fim do ano.
O principal benefício dos fatores recombinantes de longa duração é a diminuição da frequência de infusões: uma vez por semana ou a cada dez dias. A diminuição de picadas para menos da metade trará conveniência, autonomia e praticidade, facilitando a adesão do paciente que depende do tratamento para a vida toda.

Fibrose pulmonar idiopática
No final de 2015, a Anvisa aprovou o primeiro tratamento para essa doença pulmonar rara e fatal. O registro de nintedanimabe trouxe esperança aos pacientes e promoveu uma mudança no panorama de tratamento, já que promete desacelerar a evolução da progressão da doença em 50%. Pacientes acometidos geralmente têm sobrevida média de dois a três anos após o diagnóstico.

Próstata
Também no fim do ano passado, a Anvisa aprovou a dutasterida para o tratamento da hiperplasia prostática benigna, problema que acomete cerca de 50% dos homens acima de 50 anos e 80% dos que têm mais de 80. A inovação promete reduzir o volume da próstata e o risco de retenção urinária aguda, além de, consequentemente, a necessidade de cirurgias. O medicamento também alivia os sintomas e aumenta o fluxo urinário. O tratamento ainda retarda os efeitos indesejados da doença como disfunção sexual, osteosporose, anemia e atrofia muscular.

Gostou? Compartilhe