Prisão de ventre é a principal causa das hemorróidas

Por receio do tratamento e vergonha em assumir a doença até mesmo para o médico, muitas pessoas deixam de recorrer a ajuda especializada para tratar a dilatação das veias localizadas na parte final do intestino

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Popularmente conhecida como hemorroida, a doença hemorroidária (DH) afeta mais de 50% da população mundial acima dos 50 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Por receio do tratamento e vergonha em assumir a doença até mesmo para o médico, muitas pessoas deixam de recorrer a ajuda especializada para tratar a dilatação das veias localizadas na parte final do intestino.
Os vasos constituem a anatomia normal do canal anal que podem dilatar e deslizar, por vezes, saindo pela borda anal, ou seja, pelo ânus, causando a doença hemorroidária.

O maior fator de risco é o intestino preso
O principal fator de risco é a obstipação. A pessoa que possui intestino preso e precisa fazer esforço para evacuar está mais propensa a ter DH. "Isso está muito relacionado a uma dieta pobre em fibras", alerta o médico coloproctologista, Dr. Gustavo Becker Pereira (CRM/SC 12984).
O ideal, segundo o médico, é que cada pessoa ingira de 20 a 30 gramas de fibra por dia, o que equivale a um prato grande de salada, sempre responda aos estímulos evacuatórios e consuma bastante água. "Tudo isso ajuda o intestino a funcionar de maneira adequada", reforça.
O normal é que uma pessoa evacue três vezes por semana, no mínimo, e três vezes ao dia, no máximo. As alterações no ritmo intestinal geralmente resultam em fezes endurecidas e na necessidade de fazer esforço para evacuar. "Isso tudo leva ao aumento de pressão e à deformação dos vasos", diz o Dr. Gustavo Becker Pereira. Pessoas obesas e gestantes também têm mais chance de ter a doença devido ao aumento da pressão abdominal que dificulta a drenagem sanguínea na região perineal.
Outro fator que facilita o surgimento da DH é o aumento da idade, que está diretamente relacionado à degeneração do tecido que sustenta os vasos. "Sem o suporte adequado, os vasos deslizam e a doença hemorroidária aparece", explica o coloproctologista.

Sintoma mais comum é o sangramento
O sangramento nas fezes é o principal sintoma da doença. Ocorre em pequeno volume, durante ou imediatamente após a evacuação. Além de ser um sinal de DH, esse sintoma também está relacionado ao câncer colorretal. A diferença é que nas pessoas com câncer o sangramento ocorre logo no início da evacuação. "Por isso é importante sempre consultar um médico especialista quando a pessoa percebe a presença de sangue nas fezes", adverte o médico.
Ardência e coceira são outros sintomas associados a DH. Quando há dor forte no reto, significa que é grande a possibilidade de a pessoa com a doença também ter trombose hemorroidária ou fissural anal, duas condições que estão associadas à sensação de dor. A trombose é caracterizada pela formação de um coágulo dentro do vaso que causa inflamação, inchaço e provoca o surgimento de um nódulo na borda anal que causa a dor. Já a fissura anal normalmente acomete pessoas que enfrentam problemas para evacuar.

Cirurgias para hemorroidas
Os tratamentos para a doença hemorroidária diagnosticada na fase inicial diminuem os sintomas e provocam a estabilidade da doença, mas não curam. "A solução definitiva é possível por meio de cirurgia", destaca o coloproctologista.
A cirurgia convencional retira os vasos e exige maior tempo de recuperação, até a cicatrização da região ser completa. As técnicas mais recentes, uma delas chamada PPH (procedimento para prolapso e hemorroidas) e outra denominada THD (desarterialização hemorroidária transanal), causam menor desconforto pós-operatório e reduzem o tempo de recuperação. Ambas são formas seguras e eficazes de tratar as hemorroidas.

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