Qualidade de vida para pacientes e familiares

Evento realizado na última semana abordou os cuidados paliativos

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Uma mesa redonda, realizada na terça-feira, 18 de outubro, no auditório Biomédico da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (FM/UPF), abordou os cuidados paliativos. O evento também aludiu ao Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, celebrado no dia 10 de outubro. A atividade foi promovida pelo Grupo Consultor de Cuidados Paliativos do Hospital São Vicente de Paulo, programa de extensão ComSaúde da UPF e disciplina Comunicação e Sensibilidade no Cuidado em Saúde do quarto nível do curso de Medicina. Participaram da atividade profissionais, residentes e estudantes da área da saúde – de graduação e nível técnico.
A geriatra Luciana Fernandes Surian Stobbe falou sobre conceitos relacionados ao tema. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados paliativos consistem em uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual.
Originalmente, a atenção dos cuidados paliativos centrava-se em pacientes na fase final da vida. Hoje, se considera que eles vão além dessa prática: devem estar disponíveis para pacientes e seus familiares durante todo o processo de doença ameaçadora à continuidade da vida e também no transcurso do luto.
O oncologista Felipe Thomé dos Santos abordou os “Aspectos bioéticos: desafios na implementação dos cuidados paliativos”. O médico ressaltou que os cuidados paliativos estarão cada vez mais presentes na área da saúde. “Um dos maiores desafios no nosso meio é fazer um cuidado paliativo adequado, porque cada vez mais a nossa população está envelhecendo e a prevalência de câncer e doenças crônicas serão mais frequentes no nosso dia a dia. Com o avanço da tecnologia, esses pacientes, que teoricamente morreriam de forma precoce, viverão por um período mais longo e precisarão de um cuidado paliativo adequado”, observou o oncologista.
A psicóloga Débora Marchetti também integrou a mesa redonda e discorreu sobre “Dor total – integralidade no cuidado”. Além deles, participaram da solenidade de abertura a coordenadora do projeto de extensão ComSaúde, Cristiane Barelli, enfatizando que o objetivo do evento é conhecer, refletir, debater e trocar experiências sobre o tema, e o diretor da Faculdade de Medicina, Gilberto Bortolini, que salientou a importância dos cuidados paliativos. “Entrar de corpo inteiro para cuidar de uma pessoa, ainda mais paliativamente, é muito mais do que todas as técnicas possíveis disponíveis no mercado. A Faculdade de Medicina está trabalhando muito nesse sentido, com multidisciplinariedade e multiprofissionalidade. Temos que trabalhar em grupos para tornar a sobrevida das pessoas melhor”, comentou o diretor da FM.

Princípios dos cuidados paliativos
- Promover o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis;
- Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida;
- Nem acelerar, nem adiar a morte;
- Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente;
- Oferecer um sistema de suporte que possibilite o paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte;
- Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e a enfrentar o luto;
- Abordagem multiprofissional para focar as necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto;
- Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença;
- Deve ser iniciado o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como QTx (quimioterapia) e RTx (radioterapia) e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressantes.

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