Os perigos da estação

Sol, praia, férias...o verão tem muito a oferecer, mas é na estação mais quente também que algumas doenças se proliferam com mais facilidade, podendo atrapalhar o merecido descanso

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que mais exige atenção à saúde. De alergias a intoxicações alimentares, é nessa estação que a falta de cuidados, e até mesmo de higiene, podem comprometer sua saúde e, claro, suas férias. A proliferação de bactérias e a exposição em excesso ao sol são os principais responsáveis pelo surgimento de problemas como queimaduras solares, micoses, desidratação e até mesmo surtos de doenças como a dengue e a leptospirose. A boa notícia é que é possível evitar. Redobrando os cuidados com a higiene, tanto pessoal quanto alimentar, usando filtro solar e tendo atenção especial à alimentação, é possível aproveitar o verão sem preocupações. Para ajudar, o caderno Medicina&Saúde listou as principais doenças de verão e como ficar longe delas.

Melasma

O melasma é uma patologia dermatológica muito comum, que se caracteriza por manchas acastanhadas na face, na maioria das vezes. No verão, requer cuidados e tratamentos específicos, para que não ocorra piora da condição: uso do protetor solar, e sua reaplicação durante exposição ao sol, após períodos de imersão na água ou suor; uso de chapéus, bonés, proteção do guarda-sol, sempre que possível e ainda, evitar produtos tópicos que possam causar irritação ou sensibilidade na pele.

Brotoejas

As miliárias, popularmente conhecidas como brotoejas, são lesões que ocorrem na pele quando as glândulas sudoríparas ficam obstruídas. É uma situação muito comum em bebês e crianças, podendo causar prurido (coceira) e queimação. Nos dias de calor, deve-se evitar excesso de roupas, optar por roupas que não sejam muito justas no corpo e de fibras naturais (algodão, por exemplo), para que não se retenha o suor. Também manter as crianças em ambientes ventilados e frescos.

Fitofotodermatoses

A fitofotodermatose é uma condição que ocorre devido a uma sensibilidade da pele a substâncias químicas (psoralenos) de algumas plantas ou frutas, associada a exposição solar.  Por este motivo, costumam ser mais frequentes no verão, época de intensa exposição.  Para evitar a doença, orienta-se sempre lavar as mãos após manuseio com frutas cítricas e plantas, assim como usar luvas para cuidar de hortas e jardins.

Insolação

A insolação, ou queimadura solar, resulta de um excesso de exposição às radiações ultravioletas. Apesar de parecer uma condição temporária, pode também trazer danos à pele a longo prazo (aumento do risco de câncer de pele). Alguns cuidados auxiliam na recuperação de um caso de insolação: banhos frequentes para aliviar a dor, uso de hidratantes que contenham substâncias como aloe vera, e aumento da ingestão de água, prevenindo a desidratação.  Em casos mais intensos, é preciso considerar uma avaliação médica para uso de medicamentos que aliviem o desconforto, eritema (vermelhidão), e possíveis vesículas e bolhas que tenham se formado.

>>>Cuidados com a pele x alimentação

Mais do que manter o corpo em dia, manter uma alimentação saudável e a hidratação do corpo durante esta época do ano também é um cuidado fundamental para a pele. “A pele, assim como outros órgãos do corpo, necessita de água para seu adequado funcionamento, A falta da ingestão adequada pode levar à secura e redução do seu turgor”, explica a dermatologista. O resultado é que uma pele seca tem menos resistência e por isso é mais propensa a irritações, alergias e formação de rugas. Além disso, beber mais água auxilia, ainda, na digestão e circulação, importante para uma boa saúde!

Gastroenterites

As gastroenterites e as intoxicações alimentares são as doenças gastrointestinais mais comuns no verão, e podem ser causadas por vírus, bactérias, protozoários ou por toxinas produzidas pelos mesmos. São transmitidas pelo contato com indivíduos já infectados (mãos, saliva), pela ingestão ou manipulação de alimentos/água contaminados, e até pelo ar.

De acordo com a médica gastroenterologista, Angelina Dantas Costa, geralmente causam diarreia, dor abdominal, febre, náuseas, vômitos e mal estar. “As crianças e os idosos representam a população de maior risco para contrair a doença e para desenvolver quadros mais graves de desidratação”, comenta.  Na maioria dos casos os sintomas resolvem espontaneamente em menos de uma semana. Pacientes com febre alta, diarreia persistente, náuseas e vômitos que impossibilitem a ingestão de líquidos, dor abdominal muito forte e presença de sangue nas fezes devem sempre procurar atendimento médico.

>>>Atenção aos alimentos

Ainda segundo Angelina, o aumento dessas doenças no verão se dá principalmente pela má conservação dos alimentos ou manipulação destes nas altas temperaturas. Por isso, deve-se prestar atenção nos locais de compra e consumo dos alimentos, bem como a conservação dos mesmos em casa - alimentos cozidos que são guardados na geladeira devem ser consumidos em no máximo 24 horas. Além disso, não ingerir alimentos crus, especialmente carnes (gado, galinha e peixes) e ovos. Na praia, estar atento às condições de higiene no preparo e conservação dos alimentos e bebidas. Por último, mas muito importante, sempre lavar as mãos antes de comer ou preparar os alimentos. “A chave do tratamento para a maioria dos casos de gastroenterite é a hidratação: ingerir bastante água (tratada ou fervida) ou soro de hidratação oral. Nos casos mais graves, medicações como antibióticos podem ser necessários e às vezes internação hospitalar para realizar medicações e hidratação endovenosa”, ensina.

Colaboraram

Mauren Bauermann - médica dermatologista no Hospital da Cidade de Passo Fundo

Angelina Dantas Costa -médica gastroenterologista no Hospital da Cidade de Passo Fundo. 

 

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