A melhor estratégia contra o câncer ainda é a prevenção

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Prevenção é a palavra-chave na luta contra o câncer. A medicina evolui velozmente, os profissionais especializam-se cada vez mais, mas prevenir qualquer tipo de câncer ainda é atitude que vale ouro! O último dia 04 de fevereiro foi o Dia Mundial de Combate ao Câncer, momento de refletir sobre as estatísticas que, infelizmente, não param de crescer, e ao mesmo tempo, de reforçar os principais hábitos que devemos aderir para prevenção de uma doença tão difícil.

Para marcar esta data, os oncologistas, hematologistas e equipes multiprofissionais que atuam no Instituto do Câncer do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo alertam com dicas de prevenção, destacam a importância do diagnóstico precoce, e apontam formas de tratamentos. Nesta semana, os profissionais dos serviços de quimioterapia, radioterapia e Centro Oncológico Infantojuvenil entregaram mensagens de apoio aos pacientes em tratamento, expressando, simbolicamente, que o câncer é uma luta de todos.

Em 2016 foram diagnosticados mais de 600 mil novos casos de câncer no Brasil, sendo cerca de 55 mil apenas na população gaúcha. Os dados epidemiológicos indicam que em 2017 os cânceres mais comuns no Rio Grande do Sul serão os cânceres de pele, mama, próstata, pulmão, cólon (intestino), esôfago e estômago. Além disso, há outros tipos como Linfoma, Mieloma e Leucemias, que são cânceres relacionados aos gânglios linfáticos e das células de defesa.

A “luz no fim do túnel” brilha com o alento de que hoje, cerca de 50% dos casos de câncer no mundo, podem ser prevenidos e a maioria pode ser diagnosticada precocemente, resultando em altas taxas de cura.

Prevenção vale ouro!

1. Pare de fumar!

O tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo e é responsável por 90% dos casos de câncer no pulmão e 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo do útero). Um em cada três fumantes morrerá, prematuramente, devido ao tabagismo.

2. Procure evitar ou limitar a ingestão de bebidas alcoólicas

O uso combinado de álcool e cigarro aumenta ainda mais o risco de câncer na boca, esôfago, faringe e laringe (região das cordas vocais). Além da cirrose hepática, o alcoolismo está relacionado com o câncer de fígado, reto e, possivelmente, mama. O conselho é que as pessoas limitem o consumo de álcool para menos de dois drinques por dia para homens e menos de um para mulheres.

3. Adote como hábito uma dieta saudável

Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo, atuam como um fator de risco para o câncer. Nesse grupo estão as carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e derivados, bacon, presunto, salsichas etc.

Em nosso tradicional churrasco, a carne é impregnada pelo alcatrão da fumaça do carvão, que tem ação carcinogênica conhecida. Estudos demonstram que uma alimentação pobre em fibras, com altos teores de gorduras e calorias (hambúrguer, batata frita, bacon etc.), está relacionada a um maior risco de câncer de cólon e de reto. O tipo de preparo do alimento também influencia no risco de câncer. Por isso, métodos de cozimento que usam baixas temperaturas são escolhas mais saudáveis, como vapor, fervura, ensopado, guisado, cozido ou assado.

Recomenda-se uma dieta rica em frutas, verduras, legumes e cereais integrais, que contêm nutrientes que auxiliam as defesas naturais do corpo a destruírem as substâncias que predispõe ao câncer.

4. Faça os auto-exames indicados

Todos os meses as mulheres podem fazer um auto-exame das mamas, procurando deformações ou alterações no formato das mamas, abaulamentos ou retrações, feridas ao redor dos mamilos, caroços nas mamas ou axilas, secreções pelos mamilos.

Além disso, homens e mulheres devem regularmente fazer um auto-exame da boca e da pele. Na boca devem ser procuradas mudanças na aparência dos lábios e da porção interna da boca ou endurecimentos, caroços, feridas, sangramentos, inchações, áreas dormentes, dentes amolecidos ou quebrados. Na pele deve-se procurar observar a presença de manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram; sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor e feridas que aparentemente não cicatrizam após um período de 4 semanas.

Também vale ressaltar que um simples exame de sangue conhecido como hemograma pode detectar uma leucemia (“câncer no sangue”). A leucemia linfocítica crônica é responsável por 30% das leucemias e ocorre, principalmente, na população acima de 60 anos de idade.

5. Faça os exames preventivos

Anualmente as mulheres devem submeter-se a um exame preventivo do colo do útero (conhecido como Papanicolau) e realizar a mamografia. Os homens também devem procurar o médico anualmente para o exame de toque retal e dosagem no sangue do PSA para avaliação da próstata. A partir dos 50 anos de idade homens e mulheres devem solicitar ao médico um exame periódico do intestino grosso conhecido como retosigmoidoscopia ou colonoscopia (a cada 5 ou 10 anos) .

6. Evite a exposição prolongada ao sol

Para a prevenção não só do câncer de pele como também das outras lesões provocadas pelos raios ultravioletas é preciso incentivar o uso de chapéus, guarda-sóis, óculos escuros e filtros solares durante qualquer atividade ao ar livre. Evitar a exposição no horário entre 10 e 16 horas. É recomendado que durante a exposição ao sol sejam usados filtros solares com FPS (fator de proteção solar) de 15 ou mais. Os filtros solares devem ser aplicados antes da exposição ao sol, e reaplicados após nadar, suar e se secar com toalhas.

7. Exercite-se!

Vários estudos já demonstraram que a atividade física aeróbica regular (ao menos 30 minutos 3x/semana) diminui significativamente o risco de desenvolver câncer de mama e de intestino grosso. Também sabemos que a obesidade parece ser um fator de risco importante, ou seja, aumenta as chances de surgimento de diversos tipos de câncer.

Evolução dos tratamentos onco-hematológicos

Nos últimos anos, a utilização da quimioterapia tradicional para o tratamento do câncer tem diminuído diante dos grandes avanços surgidos nas áreas das terapias-alvo e imunoterapias.

Estudos revelam novidades e avanços em benefício do paciente em todos os segmentos - quimioterapia tradicional, terapia-alvo e imunoterapia. Além disso, médicos e pacientes contam cada vez mais com os melhores recursos para driblar os diferentes efeitos colaterais possíveis em decorrência de todas essas terapias.

A evolução da terapia sistêmica do câncer tem como base o fato de que as doenças são diferentes e que é preciso entendê-las melhor. Com esse intuito, os oncologistas e hematologistas do Instituto do Câncer do Hospital São Vicente são pioneiros nessa área, pois já realizaram mais de 30 pesquisas sobre o desenvolvimento de novos tratamentos direcionados a cada paciente. Essa experiência e inovação trazem à cidade de Passo Fundo, o que há de mais moderno no tratamento do câncer.

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