Perda auditiva atinge cerca de 14% dos brasileiros

Diabetes, infecções e genética estão entre as causas da surdez

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A perda auditiva é mais frequente a partir dos 60 anos de idadeA perda auditiva é mais frequente a partir dos 60 anos de idade
A perda auditiva é mais frequente a partir dos 60 anos de idade
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Dados da Organização Mundial de Saúde, relativos a 2015, apontam que no Brasil era de 28 milhões o total de pessoas com surdez. Isso representa 14% da população. Se considerados os indivíduos com mais de 65 anos de idade, esta preponderância aumenta para mais de 33%. Segundo a OMS,a deficiência auditiva ao nascimento é de cerca de quatro para cada 1.000 nascimentos. Assim, 0,4% dos bebês já nascem com alguma deficiência auditiva. A surdez, segundo o otorrinolaringologista Nédio Atolini Junior, “é um termo genérico que define a dificuldade auditiva transitória ou permanente”. De acordo com o profissional do corpo clínico do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, a perda auditiva pode ser graduada em leve, moderada, severa e profunda.

Congênita diminui

Nédio Atolini explica que em Passo Fundo e região há uma redução dos casos congênitos de deficiência auditiva. Ao mesmo tempo, os avanços tecnológicos ampliam as situações detectadas de presbiacusia. “A surdez congênita, devido aos casos de prematuridade ou infecção gestacional, tem diminuído ao decorrer das décadas, principalmente pelo controle das causas passíveis de prevenção. Porém, os casos de surdez devido à idade avançada (presbiacusia) têm aumentado com a maior expectativa de vida da população”. Além disso, explica que aumentou a procura por exames e há um acesso maior aos aparelhos auditivos, fatores que aumentam os diagnósticos de perda auditiva.

Prevenção

Pelos levantamentos da OMS 0,4% dos bebês nascem com alguma deficiência auditiva. De acordo com o especialista, a prevenção é importante. “Para prevenir ou minimizar os casos de origem gestacional, pode-se realizar um pré-natal adequado”. Porém, segundo Nédio Atolini Junior, a prevenção de situações congênitas requer outros cuidados. “Nos casos de surdez de origem genética, deve-se buscar aconselhamento genético, caso tenham outros casos na família. A detecção passa pelos exames de emissão otoacústica e potencial evocado do tronco cerebral, ambos normalmente realizados dentro do hospital”. Informa que outros exames também podem ser necessários.

Diabetes e som

O diabetes, uma das principais causas de várias insuficiências, também a afeta a audição? O especialista explica como isso ocorre. “Sim, pois causa uma neuropatia diabética, ou seja, as fibras neuronais que transmitem os sons são lesadas”. Som alto, fones de ouvido e excesso de barulho sempre foram relacionados à deficiência auditiva. Para Atolini o ruído é um dos fatores, já os fones de ouvidos não podem ser considerados como vilões. “O ruído excessivo causa a perda auditiva induzida pelo ruído, porém os fones de ouvido dificilmente causam tal lesão, pois geralmente não têm nem amplitude e nem tempo de exposição consideráveis. Não há estudos que indiquem no momento um aumento de perda auditiva nos jovens”.

Idade

Ainda vale a ideia de que velho fica surdo. “A perda auditiva é mais frequente na população mais idosa, especialmente a partir dos 60 anos de idade”. O otorrinolaringologista também alerta sobre as infecções e suas possíveis consequências. “Infecções podem causar perda auditiva, porém não é tão comum. Nesse sentido, as doenças infecciosas crônicas são as mais frequentemente associadas com a perda auditiva”.

Orientações sobre a perda auditiva

Quais os sintomas?

O paciente tem dificuldade de compreender as frases por completo e os familiares reclamam que necessitam repetir diversas vezes as mesmas palavras.

Como avaliar?

O paciente comumente observa que as pessoas ficam impacientes com sua limitação e acabam se isolando do convívio social. Nesses casos, o paciente deve procurar uma clínica para realizar o teste de audiometria e possivelmente adaptar um aparelho auditivo que possa lhe ajudar a ter uma vida normal.

Como prevenir?

Tratar adequadamente as doenças metabólicas crônicas, não fumar, alimentar-se de maneira saudável, tratar corretamente as infecções de ouvido, usar equipamento de proteção individual no trabalho (EPI), etc.

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