Doações em alta no Banco de Tecidos

Aumentou o número de doações no Hospital São Vicente

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Banco de Tecidos retira e libera os materiaisBanco de Tecidos retira e libera os materiais
Banco de Tecidos retira e libera os materiais
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O único Banco de Tecidos Musculoesqueléticos (BTME) em atividade no Rio Grande do Sul está localizado em Passo Fundo. É o Banco de Tecidos que o Hospital São Vicente de Paulo mantém, com recursos humanos e instalações físicas adequadas. A unidade realiza triagem clínica e laboratorial dos doadores, retirada, identificação, transporte, processamento, armazenamento e disponibilização dos tecidos. O BTME atende a demanda local e regional para ortopedia e odontologia, além das necessidades dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Em 2016, o Banco registrou o total de 107 doadores, sendo 99 doadores vivos, oito doadores mortos e realizou 528 transplantes. Neste ano, já contabilizou 44 doadores vivos, três doadores mortos e um total de 108 transplantes.

Doadores vivos

O enfermeiro gestor do BTME, Maurício Luciano Zangirolami, explica que houve um aumento no número de doadores vivos no ano de 2016 em comparação com 2015, quando foram registrados 63 doadores. Em relação aos doadores já falecidos houve uma pequena queda, 10 em 2015 e oito em 2016. Por ou ângulo, o número de segmentos ósseos obtidos destes doadores foi superior ao ano de 2015. “O aumento no número de doadores vivos deu-se em virtude da captação de cabeças femorais provenientes de pacientes submetidos às cirurgias de artroplastia total de quadril na Unidade II do HSVP”, explica o enfermeiro, enfatizando que a capacitação da equipe de enfermagem, principalmente do centro cirúrgico, possibilitou a obtenção destes tecidos.

Quadril e joelho

A maior demanda de tecido ósseo são em procedimentos de revisão de artroplastia de quadril e joelho, uma operação de uma articulação para restituir-lhe o maior grau possível de integridade, além das correções de deformidades da maxila. Segundo Maurício, a doação do material e sua utilização são regulamentadas pela Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde (CGSNT/MS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A demanda para utilização de tecidos musculoesqueléticos continua grande. Em relação a fila, os pacientes da ortopedia acabam esperando um tempo maior devido a necessidade de uma quantidade maior de tecido ósseo, para a realização do procedimento cirúrgico”, esclarece. Em relação à espera, a equipe do Banco de Tecidos está em constante atualização e adotou uma alternativa para liberar os tecidos de doadores vivos em um período mais curto de tempo. “A utilização na triagem sorológica do método de biologia molecular tipo PCR (Reação em Cadeia da Polimerase), que é atualmente amplamente utilizada para o sequenciamento de genes e diagnóstico de doenças hereditárias, identificação de impressões digitais do material genético e detecção e diagnóstico de doenças infecciosas, diminui o tempo para liberação do tecido para transplante de 180 para 30 dias”.

Autonomia, avaliação e disponibilização

Os Bancos de Tecidos Musculoesqueléticos têm autonomia para gerenciar as listas de espera para estes tecidos específicos, com base nos critérios e legislações dos órgãos reguladores. É uma situação diferente em relação outros órgãos e tecidos, que têm sua lista de espera regulada pelas Centrais de Notificação Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos de cada estado. Maurício explica que o cirurgião, ao identificar a necessidade de seu paciente utilizar enxerto ósseo, encaminha um formulário ao Banco de Tecidos de solicitação, identificando o tipo e a quantidade de material que será necessário para a cirurgia, além dos dados do paciente. Em seguida, as solicitações são avaliadas pelo diretor técnico do BTME e são classificadas conforme a gravidade dos casos e ordem cronológica dos pacientes. “O Banco de tecidos entrará em contato com o profissional transplantador para avisar da disponibilidade do tecido solicitado, em caso de indisponibilidade o cirurgião também é comunicado e o paciente entra em lista de espera. Se o profissional transplantador possui mais de um paciente em fila de espera ele é responsável por determinar a prioridade entre seus pacientes, em conformidade com a avaliação do diretor técnico”.

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