Pele seca, coceira, lesões avermelhadas ou eczemas podem ser indicativos de uma dermatite atópica. É uma doença crônica, mas, com uma série de cuidados, é plenamente controlável. A Dra. Ana Dengo explica que a Dermatite Atópica (DA), também chamada de Eczema Atópico, é uma doença crônica recidivante que acomete mais frequentemente em recém- nascidos e crianças, porém pode aparecer com qualquer idade, e em muitos casos, pode permanecer até a vida adulta. Quando se fala que é uma doença crônica e recidivante, significa que não apresenta cura, mas, sim, o controle da doença. Por isso é necessário que o paciente com DA, independente de ter ou não lesões na pele, mantenha cuidados adequados de hidratação a fim de evitar períodos de piora da doença.
Causas e sintomas
A médica dermatologista explica que ainda não há uma única causa para a DA, mas a suscetibilidade genética é bem estabelecida. Hoje se sabe que 70 % dos pacientes com DA apresentam antecedentes familiares de alergia (asma, renite alérgica ou mesmo dermatite atópica), e que quando um dos pais apresenta dermatite atópica há mais de 50% de chance de a criança também apresentar a doença. Nos pacientes com DA há uma diminuição de algumas proteínas específicas da pele, permitindo uma perda maior de água. Isso deixa a pele mais ressecada e mais suscetível à absorção de alérgenos do meio ambiente, deixando-a mais vulnerável a infecções de pele. Os principais sintomas da dermatite atópica são pele seca e coceira. Esse é o ciclo vicioso da DA: pele seca que gera coceira, o ato de coçar irrita ainda mais a pele deixando-a mais suscetível a alérgenos e surge um cenário favorável a infecções de pele.
Desenvolvimento e tratamento
As lesões de pele da dermatite atópica podem aparecer em qualquer local do corpo, mas as áreas mais envolvidas são a região poplítea (atrás dos joelhos) e antecubital (atrás dos cotovelos), lateral do pescoço, punhos e tornozelos. Em crianças pequenas, até dois anos, são muito comuns as lesões no rosto. Geralmente apresentam-se inicialmente como placas avermelhadas, que depois com o ato da coçadura, tornam-se mais ásperas (liquenificadas) e escuras.
Para o tratamento bem sucedido da Dermatite Atópica é necessária uma abordagem sistemática e prolongada, com o médico dermatologista, a fim de incorporar medidas diárias de hidratação da pele, terapia com medicamentos anti-histamínicos para controle da coceira, uso de corticóides tópicos em períodos de crise, identificação de fatores desencadeantes como irritantes, alérgenos e agentes infecciosos, e até mesmo a identificação de estressores emocionais, que também podem agravar o quadro. Há pacientes não respondedores a apenas a terapia tópica e comportamental, nesses casos pode-se também lançar mão de imunomoduladores.
Cuidados com a Dermatite Atópica
1 - Banhos mornos e de no máximo 3 a 5 minutos.
2 - Optar por sabonetes mais gordurosos e neutros.
3 - Não usar sabonetes antissépticos e antibactericidas.
4 - Não usar esponjas e buchas vegetais.
5 - Abusar do uso de hidratantes e emolientes corporais adequados mais de uma vez ao dia, de preferência sem perfume e com orientação médica.
6 - Usar hidratantes labiais para evitar rachaduras nos lábios.
7 - Dar preferência por roupas de algodão (evitar tecidos sintéticos direto no corpo).
8 - Sempre que apresentar coceira, usar creme hidratante ao invés de coçar.