No inverno ocorre uma carência de vitamina D, mas a intoxicação por excesso também preocupa. A exposição solar diária ideal, cerca de 20 minutos, é a principal maneira para assegurar níveis saudáveis de vitamina D no organismo. Mas com a chegada do inverno, a carência desse nutriente é percebida em boa parte da população. Porém, é mais preocupante em idosos e mulheres no pós-menopausa, condições para os riscos que esta deficiência traz à saúde óssea. A checagem dos níveis de Vitamina D (25OH vitamina D) e a suplementação deste nutriente tornou-se rotina nos consultórios, mas também alimentou um caminho inverso: o consumo indiscriminado levando ao aumento do número de casos de intoxicação. Com fins estéticos, doses elevadas podem trazer riscos à saúde.
A suplementação
Carência de vitamina D é prejudicial à saúde óssea, pois tem como função a absorção do cálcio, mineral que é fundamental para o metabolismo ósseo. Assim, aumenta o risco de osteoporose e fraturas osteoporóticas, ou seja, atraumáticas ou de baixo impacto. Porém, como não é possível adequar os níveis da vitamina D somente com a alimentação, a suplementação é importante. Isso, porém, apenas quando há uma indicação médica. O alerta é da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, através da presidente do Departamento de Metabolismo Ósseo, a endocrinologista Carolina Aguiar Moreira. A automedicação tem conduzido a uma prevalência muito alta de hipovitaminose D na população em geral, principalmente no inverno.
A intoxicação
A carência traz riscos, mas o excesso de vitamina D também tem suas complicações e os casos de intoxicação têm sido cada vez mais frequentes. “Com o conhecimento da alta prevalência de hipovitaminose D, houve um alerta à classe médica e à população em geral em relação à suplementação de vitamina D. Entretanto, alguns pacientes têm recebido doses muito elevadas de vitamina D, inclusive, com a indicação de vitamina D injetável. Isto pode levar a um quadro de intoxicação por uma elevação do cálcio no sangue”, afirma a presidente do Departamento de Metabolismo Ósseo da SBEM. A toxicidade ocorre quando os níveis de vitamina D (25OH vitamina D) são próximos de 100ng/mL, e é caracterizada por hipercalcemia, que é uma elevação do cálcio no sangue. “Não está se recomenda vitamina D em doses muito elevadas com finalidade estética, visando rejuvenescimento ou para tratamento isolado de doenças inflamatórias”, afirma.
Os exames
Como vários estudos associam a carência de vitamina D a diversas doenças, houve um aumento no volume de e exames para investigar a dosagem da 25OH vitamina D. A checagem dos níveis da vitamina D é recomendada aos indivíduos com doença crônica e risco elevado de fratura como, por exemplo, idosos com osteoporose. “Pacientes diabéticos, com doença renal crônica, gestantes, obesos e idosos são exemplos de indicação para esta avaliação. Pacientes em uso crônico de glicocorticóide ou que tenha tido uma fratura por baixo trauma também apresentam indicação”. Nos casos em que os níveis da vitamina D estejam baixos, a suplementação deve ser realizada.