A maioria das pessoas acredita que a bursite é uma doença que afeta apenas o ombro, mas a patologia pode atingir outras partes da anatomia, inclusive com grande incidência. De acordo com o ortopedista Dr. Gabriel Knop, especialista em quadril, a bursite de quadril é uma das doenças mais frequentes nesta especialidade ortopédica. Com uma incidência de 10% na população geral, as mulheres são quatro vezes mais afetadas que homens, com prevalência aumentada entre a quarta e sexta década de vida. Somente na Clínica IOT, os quatro ortopedistas especializados em quadril atendem aproximadamente 1500 pacientes com a patologia por ano. “É uma das doenças mais frequentes relacionadas ao quadril, com grande variedade de sinais e sintomas, tendo como característica principal a dor em região lateral do quadril afetado”, explica Knop. O ortopedista esclarece que esta dor lateral no quadril pode irradiar para a coxa e o quadro tende a piorar durante a noite o que pode levar o paciente a ter dificuldade para dormir.
Prevenção e tratamento
O especialista explica que a causa da bursite são pequenos traumas, que ocorrem de maneira repetitiva, pelo uso ativo da musculatura abdutora do quadril. Assim a primeira atitude a ser realizada é detectar quando e como ocorrem estes traumas e evita-los. “Estar no peso ideal e ter um bom alongamento ajuda muito”, comenta. O ortopedista destaca que, inicialmente, o tratamento é realizado com medicação, repouso e fisioterapia. Em casos onde não há melhora com o tratamento conservador existe a possibilidade de indicar infiltrações de medicamentos ou até terapia por ondas de choque. “A grande maioria dos pacientes responde bem ao tratamento, porém, em casos onde não há melhora e já foram esgotadas as possibilidades de tratamento conservador, está indicado o tratamento cirúrgico”, ressalta.
Cirurgia
A cirurgia pode ser realizada por via aberta ou artroscópica. “Por se tratar de um método minimamente invasivo, a recuperação é mais rápida por via artroscópica, porém, a médio e longo prazo, os resultados se equivalem”, frisa. O ortopedista revela que os resultados são positivos, desde que seja realizada uma reabilitação pós-cirúrgica adequada, com comprometimento do paciente nos cuidados da recuperação. “Tanto o tratamento conservador quanto o cirúrgico visam restaurar a qualidade de vida do paciente. A taxa de sucesso de tratamento chega a 96%”, revela.