O risco das infecções dentárias

Falta de tratamento conduz para complicações mais graves

Por
· 2 min de leitura
Quando diagnosticados e tratados a maioria dos casos se resolvem sem complicações sistêmicasQuando diagnosticados e tratados a maioria dos casos se resolvem sem complicações sistêmicas
Quando diagnosticados e tratados a maioria dos casos se resolvem sem complicações sistêmicas
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Sempre ouvimos que saúde começa pela boca. Também sabemos como é desagradável uma simples dor de dente. Mas, além do desconforto, essa dor é um aviso contundente, um alerta para cuidarmos da saúde bucal. As infecções dentárias não tratadas são um risco à saúde, pois podem se espalhar pelo corpo e trazerem consequências muito sérias. Inclusive fatais. A Dra. Caroline Solda explica que a infecção dentária ocorre quando microorganismos atingem a polpa, em processo de contaminação, que pode ocorrer através da cárie, doenças na gengiva, trincas ou fratura do dente. A cirurgiã-dentista, que é especialista em Endodontia, esclarece que em alguns casos a infecção pode ser silenciosa, mas na maioria apresenta algum sinal ou sintoma, sendo o mais comum a dor.

Da boca ao coração

Os abcessos dentários ocorrem quando o processo de infecção se torna agudo, se disseminando pela gengiva e os ossos da face. Um dente infeccionado que não recebe tratamento apropriado pode formar um abcesso. Em casos mais graves, se não tratada adequadamente, esta infecção pode se espalhar através da corrente sanguínea acarretando problemas no coração (endocardite), garganta (fechamento da glote – dificuldade para respirar) e em casos raros no cérebro. Geralmente o primeiro sinal é a dor, que pode ser acompanhada de inchaço na face, febre, dor ao mastigar, região dolorida com inchaço na gengiva, gosto estranho na boca, glândulas inchadas no pescoço e mudança de cor no dente. Em alguns casos pode drenar secreção purulenta em algum ponto ou na lateral na gengiva.

Da detecção aos riscos

Um dentista detecta uma infeção através do exame clínico, que abrange o relato do paciente e a avaliação do profissional, e pelo exame radiográfico através de um raio-X. O tratamento consiste em curar o canal do dente em questão e, dependendo do estágio desta infecção, o profissional avalia a necessidade de intervir com medicação (analgésicos e antibióticos). Uma infecção dentária pode matar uma pessoa? Caroline explica que quando não tratada pode se alastrar no organismo, podendo, sim, levar até a morte. Boa parte dos casos é de evolução lenta. Quando diagnosticados e tratados a maioria dos casos se resolvem sem complicações sistêmicas. Alguns casos necessitam de internação, principalmente quando, pela demora em buscar atendimento, pode ocorrer uma disseminação desta infecção, exacerbando os sinais e sintomas, debilitando o paciente e, assim, complicando a sua recuperação.

Tratamento seguro e sem dor

Abre, limpa e fecha. Assim, poderíamos resumir em linguagem cotidiana um tratamento de canal. Antigamente era mais demorado e exigia muitas sessões. Caroline detalha como é esse processo atualmente. Durante o procedimento, o profissional realiza a abertura do dente afetado para remover a polpa, realizando a limpeza do canal e em seguida, preenche o local para proteger e prevenir uma nova infecção. Com o cuidado adequado e bem executado, um tratamento de canal pode ter grande longevidade. Na grande maioria dos casos os tratamentos de canal são realizados em uma única sessão (consulta). Esta mudança se deve aos avanços no conhecimento cientifico e tecnológico. Atualmente, se bem conduzido, na maioria dos casos é um procedimento de rotina como outro tratamento odontológico. As pessoas ainda têm muito medo pelo histórico deste tipo de procedimento, porém com a evolução das técnicas, materiais e conhecimento dos profissionais este procedimento está muito mais seguro, eficaz e com mínimo desconforto.

Para evitar infecções na boca

 - Atenção aos cuidados com a higiene bucal, como boa escovação e uso do fio dental

- Visitas regulares ao dentista

- Não tente resolver com soluções caseiras ou ‘naturais’

- Cuidado com substâncias que podem agravar ainda mais o problema

- Evite a automedicação

- Procure atendimento profissional o mais breve possível

Gostou? Compartilhe