Hipotireoidismo e hipertireoidismo

Como a produção de hormônios pela tireoide pode afetar o metabolismo

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Pérsio Stobbe é médico endocrinologista e atua no corpo clínico do Hospital São Vicente de Paulo em Passo FundoPérsio Stobbe é médico endocrinologista e atua no corpo clínico do Hospital São Vicente de Paulo em Passo Fundo
Pérsio Stobbe é médico endocrinologista e atua no corpo clínico do Hospital São Vicente de Paulo em Passo Fundo
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A tireoide é uma glândula localizada na parte anterior do pescoço, produz hormônios e regula a função de órgãos importantes no corpo. Porém, quando a sua produção de hormônios fica acima ou abaixo do ideal afeta o metabolismo. O Dr. Pérsio Stobbe, endocrinologista que atua no corpo clínico do Hospital São Vicente de Paulo, explicou sobre a diferença entre essas alterações: o hipotireoidismo e o hipertireoidismo. O hipotireoidismo é uma síndrome clínica decorrente da produção insuficiente de hormônio tireoidiano, com variada expressão clínica, e que geralmente resulta em diminuição do metabolismo basal. O hipertireoidismo é definido como o excesso na produção do hormônio da tireoide. A diferença entre eles está nos sintomas e na dosagem laboratorial que é diferente nas duas situações.

Os sintomas

Os sintomas do hipotireoidismo, de uma maneira geral, resultam de um metabolismo mais lento e de instalação mais insidiosa, múltipla e particular de cada pessoa, sendo os mais comuns: fadiga, lentidão nos movimentos, intolerância ao frio, constipação intestinal, diminuição da memória, dificuldade de concentração mental, sonolência e aumento leve de peso. Os sintomas do hipertireoidismo são mais relacionados a um quadro hipermetabólico: aumento do batimento cardíaco com palpitações, intolerância ao calor, agitação, tremores de extremidades, diarreia, pele quente e úmida, sudorese excessiva, emagrecimento e, em alguns pacientes, alterações oculares. Para saber em que situação se encontra vai depender de uma avaliação médica, que observa os sintomas e achados clínicos do paciente, associados aos exames laboratoriais para determinar os níveis dos hormônios tireoidianos.

Fatores genéticos e ambientais

A doença tireoidiana, principalmente o hipotireoidismo, tem uma prevalência significativa na população, sendo geralmente encontrada nos adultos, principalmente nas mulheres (tanto o hipertireoidismo quanto o hipotireoidismo). Essas situações estão vinculadas com o grupo das doenças autoimunes, quando o sistema imunológico cria um anticorpo contra algum órgão, no caso aqui, a tireoide, como se fosse um ‘soldado atacando o quartel’. Essa situação depende da cooperação de fatores genéticos e ambientais, que estamos expostos para acontecer. Não existe uma intervenção específica que possa fazer a prevenção desse quadro, lembrando sempre, que os hábitos saudáveis como, por exemplo, se alimentar de forma adequada, praticar exercícios, não fumar e dormir bem ajudam o sistema imunológico a trabalhar bem. 

Acompanhamento periódico

As duas situações possuem tratamento, que deve ser individualizado com o especialista. Em algumas situações, o paciente apresenta remissão do quadro voltando a tireoide funcionar de forma adequada. Mas na maioria dos pacientes, as alterações da tireoide são definitivas, devendo o paciente tomar medicação de forma crônica. O paciente que tem alteração da tireoide, seja hipotireoidismo ou hipertireoidismo, deve ter um acompanhamento médico, tomar sua medicação de forma correta e monitorar seus exames periodicamente para ajuste do tratamento.

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