Os dados do Ministério da Saúde apontam que a prevalência da obesidade na população brasileira é de 18,9%, atingindo quase uma em cada cinco pessoas. Nos últimos 10 anos o número de obesos aumentou mais de 60%. O cirurgião digestivo e bariátrico Dr. Aiglon Simas Neto, da Clínica Digestiva, informa que a cirurgia bariátrica tem se mostrado a melhor alternativa no tratamento da obesidade. Esses números confirmam a fala do especialista já que, devido a essa efetividade no tratamento, cerca de 100 mil pacientes estão se submetendo a algum tipo de procedimento bariátrico no país em 2017. O especialista esclarece que, apesar dos benefícios, a cirurgia bariátrica exige avaliação criteriosa para sua realização, além de acompanhamento médico multidisciplinar nas etapas pré e pós-operatório. “Existem critérios específicos para a realização da cirurgia por isso é necessário que o paciente procure um médico especialista porque somente ele pode indicar o método ideal para cada paciente”, destaca.
Gastrectomia Vertical
Neste contexto, a gastrectomia vertical (GV) é a operação bariátrica de proposição mais recente e também a que mais rapidamente obteve aceitação mundial tanto pelos cirurgiões quanto pelos pacientes. Pesquisas demonstram que, em um período de 10 anos, a indicação deste método superava um terço dos índices mundiais. O médico comenta que esta técnica cirúrgica, conhecida por ser menos radical que as cirurgias bariátricas tradicionais, possibilita a adequada perda de peso e a boa qualidade de vida após a operação, com menos risco de complicações cirúrgicas e também de ocasionar transtornos nutricionais graves no longo prazo. “As indicações para a utilização deste método cirúrgico para o tratamento da obesidade mórbida tem aumentado em todo o mundo. Isso porque o método é realizado por videolaparoscopia e não envolve desvios intestinais, o que preserva a absorção dos nutrientes e vitaminas pelo organismo”, comenta. Ele explica que, geralmente, o paciente submetido à cirurgia tem alta hospitalar dois dias após o procedimento. “Esta técnica também demonstrou alta efetividade para reverter doenças crônicas relacionadas à obesidade como diabetes, artrite, hipertensão arterial e colesterol elevado. Mas todos estes benefícios só ocorrem se o paciente seguir as recomendações médicas e mantenha o acompanhamento adequado após a cirurgia”, frisa.
Da obesidade à cirurgia
Darcia Migliavaca, de 37 anos, moradora de Serafina Corrêa, explica que sempre foi gordinha mas, depois de passar pela gestação do filho, o problema agravou. “Engordei 26 quilos e não conseguia voltar ao peso anterior, além disso, devido uma hérnia na coluna, precisava tomar corticoide e não conseguia me exercitar”, frisa. Ela relata que sofria muito com a obesidade que, muito além da questão estética, acarretava em muito prejuízo na saúde, já que somada as dores constantes na coluna, também sofria de hipertensão. “Decidi procurar ajuda e uma colega de trabalho indicou o Dr. Aiglon”. Depois da avaliação do médico, foi indicada a cirurgia bariátrica com a técnica da Gastrectomia Vertical. A cirurgia foi bem sucedida e Darcia relata que o processo foi mais tranquilo do que achava que seria. “Tive muito apoio da minha família, principalmente no processo de recuperação da cirurgia, isso foi essencial, não teria conseguido sem este apoio. Desta maneira não foi difícil como eu imaginava que seria. O mais desafiador foi realizar a dieta líquida no pós-operatório, mas com o apoio psicológico e a minha obstinação em alcançar as metas tudo ocorreu bem”, explica.
Se fosse preciso faria tudo de novo
Darcia perdeu 56 quilos após a cirurgia e, quase três anos depois, mantém o peso. “A cirurgia foi um passo muito importante, mas a responsabilidade de perder e manter o peso é do paciente. Hoje estou muito bem, minha saúde está ótima, mas cuido a alimentação e pratico atividade física regularmente. Se tivesse que fazer tudo de novo com certeza faria”, revela. A importância de procurar um médico especialista é citada pela paciente. “Todos os profissionais da clínica foram muito atenciosos e o médico sempre foi paciente em me explicar tudo, dar apoio, e esclarecer todas as minhas dúvidas”, comenta. De acordo com Darcia as mudanças dos seus hábitos afetaram toda a família. “Meu filho também estava obeso e perdeu 23 quilos devido à mudança na nossa alimentação. Levei ele junto nas minhas consultas para escutar as orientações do médico o que foi importante para ele. Hoje toda a família cuida da saúde”, frisa.
Indicações da gastrectomia
• Pacientes com IMC entre 35 a 40 kg/m2, com indicação de cirurgia bariátrica.
• Homens em qualquer idade ou mulheres nos extremos de idade.
• Pacientes que não querem ser submetidos a cirurgias com derivação intestinal.
• Pacientes que querem evitar riscos de úlceras, anemias ou complicações intestinais.