?? possível prevenir a perda auditiva

O Teste da Orelinha é o primeiro passo preventivo

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Aparelho de amplificação sonora: dispositivo fundamental na reabilitaçãoAparelho de amplificação sonora: dispositivo fundamental na reabilitação
Aparelho de amplificação sonora: dispositivo fundamental na reabilitação
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A surdez é problema grave. Atinge pessoas de várias idades e pode ter causas adquiridas ou congênitas. Hoje, 360 milhões de pessoas sofrem algum tipo de surdez pelo mundo. A maioria são crianças, 32 milhões, e estão em grande parcela nos países em desenvolvimento, cerca de 31 milhões. No Brasil, o censo de 2010 apontou que 45,6 milhões de pessoas têm deficiência auditiva, mental, motora ou visual, dos quais 10 milhões são surdos no país. De acordo com dados da OMS - Organização Mundial da Saúde - 60% dos casos de surdez podem ser evitados com ações preventivas. A Dr. Bibiana Fortes, otorrinolaringologista na Clínica São Braz e no Hospital Vicente de Paulo em Paso Fundo, explica que a surdez é um termo genérico usado no dia a dia para definir qualquer grau de perda de audição. Qualquer dificuldade de audição deve ser avaliada, pois é possível sim prevenir ou evitar uma evolução da perda auditiva na maioria dos casos.

Congênitas e adquiridas

Bibiana explica que as perdas de audição podem ser classificadas em congênitas ou adquiridas. As perdas congênitas são aquelas presentes ao nascimento e ressaltam-se aqui as determinadas por alterações genéticas, por problemas que ocorreram durante a gestação (pré-natal) ou por alguma intercorrência durante o nascimento. Por exemplo, temos as infecções por rubéola, citomegalovírus, complicações associadas ao fator RH, prematuridade, anóxia perinatal, etc. Já as perdas adquiridas são as que ocorrem após o nascimento podendo acontecer em qualquer época da vida devido a alguma doença local (otites) ou sistêmica (diabetes, doenças cardiovasculares), trauma físico (trauma craniano), sonoro (exposição a ruídos de alta intensidade seja por tempo curto ou não, como uma festa, britadeira, fones de ouvido), envelhecimento, etc.

Como detectar

Para se detectar o início de uma perda auditiva sem estar sentindo qualquer queixa, é necessária a realização de exames de audição. Nos adultos, os exames mais realizados são a audiometria vocal, tonal e a imitanciometria. Orienta-se que ao primeiro sinal que uma pessoa apresente uma dificuldade para ouvir, deve-se realizar uma avaliação otorrinolaringológica. Profissionais que trabalham expostas ao ruído, necessitam realizar exames de triagem de forma rotineira, pois, assim que uma alteração na audição é detectada, essa pessoa deverá ser orientada, prevenida, tratada quando possível e talvez manejada para outro setor no seu local de trabalho. Quanto às crianças, pelo fato da audição ser tão importante para o seu desenvolvimento, pois envolve aprendizado, comunicação e socialização, atualmente é realizado no nascimento um exame de triagem auditiva conhecida como "teste da orelhinha". Esse teste visa detectar se o recém-nascido apresenta algum problema de audição para que uma conduta precoce seja tomada objetivando acelerar o diagnóstico e o tratamento.

O tratamento

O tratamento da perda auditiva irá depender da causa. Algumas são passíveis de cura com limpeza de ouvido nos casos de rolha de cera, com medicação nas otites externas ou otites médias agudas, com cirurgias no caso das otites serosas e crônicas, otosclerose etc. Outros casos são irreversíveis e necessita–se de uso de próteses auditivas que podem ser totalmente implantadas ou não.

Os aparelhos

A prótese auditiva ou aparelho de amplificação sonora individual (AASI) é um dispositivo fundamental na reabilitação da surdez neurodsensorial e de alguns casos de perdas condutivas. Uma das principais e mais frequentes indicações do aparelho auditivo é na presbiacusia, que é a perda de audição do tipo neurossensorial que ocorre devido ao envelhecimento. No entanto, é necessário que uma avaliação otorrinolaringológica seja realizada para correta indicação dos aparelhos, uma vez que os mesmos também têm suas limitações.

Cuidados para prevenir

É possível, sim, prevenir ou no mínimo evitar a aceleração da perda auditiva na maioria dos casos. De forma geral, orienta- se evitar exposição a sons alto, seja pelo uso do fone de ouvido seja pela exposição ao ruído durante o trabalho. Procurar atendimento especializado para o correto tratamento das otites, pois essas podem evoluir para uma deficiência auditiva permanente. Cuidar de doenças como hipertensão, diabetes e outros problemas metabólicos que podem agravar a perda de audição. Evitar uso de hastes flexíveis ou qualquer outro objeto dentro do canal auditivo para que não ocorra trauma como uma perfuração timpânica. O ideal seria que ao menos uma vez uma avaliação audiológica fosse realizada, pois alguns casos iniciais de perda de audição podem passar despercebidos.

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