Quedas são uma ameaça para os idosos

Cuidados podem auxiliar para evitar graves consequências

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As alterações fisiológicas, decorrentes do envelhecimento do organismo, reduzem a adaptação do idoso às atividades cotidianas, o que acarreta a perda do equilíbrio propiciando as quedas. Segundo dados do Ministério da Saúde, as quedas são responsáveis por mais de 61% das admissões de idosos em pronto-socorro. Ainda, estima-se que um em cada três indivíduos com mais de 65 anos, sofrerá pelo menos uma queda ao longo da vida. Com o objetivo de identificar a quantidade de idosos que foram hospitalizados com fratura no fêmur devido à queda e, principalmente, orientar a população para a prevenção das quedas, a enfermeira gestora da Emergência do Hospital São Vicente de Paulo, Maristela Rodrigues, e a residente de enfermagem da Residência Multiprofissional Integrada em Saúde do Idoso, Bruna de Oliveira Manto, realizaram um estudo no setor, com os dados de pacientes atendidos por queda, com apoio da residente multiprofissional em Saúde do Idoso, Luísa Reidel.

Fatores de risco

De acordo com o levantamento realizado no HSVP, os principais fatores de risco para quedas são os medicamentos, modificações na forma de caminhar e equilíbrio, osteoporose, déficit cognitivo e alterações visuais. Além disso, alguns fatores ambientais facilitam a queda como iluminação deficiente, piso escorregadio, tapetes e ausência de corrimão na casa.  “No primeiro semestre de 2017 foram internados 47 idosos que sofreram fratura de fêmur em decorrência de queda. O maior número de casos ocorreu nos meses de janeiro (23,4%), abril (21,3%) e junho (21,3%). Em comparação, durante o ano de 2016, 114 idosos foram hospitalizados com fratura no fêmur, com maior incidência nos meses de maio (13,2%), junho (14%) e julho (11,4%)”, evidenciam Maristela e Bruna, alertando ainda que nesta época do ano, a atenção precisa ser redobrada. “De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia a maior concentração de quedas no inverno ocorre devido aos idosos suarem menos, e com isso irem mais vezes ao banheiro durante a noite. Diante disto, ficam mais expostos ao risco de quedas provocadas, normalmente, por pisos escorregadios, tapetes soltos, iluminação deficiente, camas com altura inadequada e outros obstáculos existentes pelo caminho”.

Com mais de 60 

Maristela e Bruna apresentaram outros dados interessantes. Em 2016, dos 74.920 atendimentos realizados na emergência, 16,9% dos pacientes encontravam-se na faixa etária de 60 anos ou mais, sendo as especialidades mais incidentes: Gastroenterologia (22,1%), Cardiologia (12,9%), Cirurgia Geral (11%), Clínica Médica (10,4%) e Ortopedia e Traumatologia (9,7). “Em 2017, dos 41.771 atendimentos realizados até o momento, 17% eram idosos. Em relação às especialidades, constatou-se a Gastroenterologia, Cardiologia, Cirurgia Geral, Clínica Médica e Ortopedia e Traumatologia com mais demanda até este mês, semelhante ao ano de 2016”, destacam.

As quedas podem ser evitadas

Uma fratura pode contribuir para que o idoso perca a sua autonomia, necessitando de auxílio para realizar atividades básicas como alimentação, higiene e medicação. “Pessoas de todas as idades podem sofrer quedas, entretanto, para os idosos, representa incapacidade, injúria e morte. A incapacidade funcional e restrição da mobilidade ocasionada pela fratura podem favorecer o surgimento de complicações, como as lesões por pressão e problemas respiratórios e urinários”, esclarecem as enfermeiras. Mas, as quedas, em sua grande maioria, podem ser evitadas com algumas condutas e adaptações simples. “Dois lugares merecem atenção especial. No quarto é necessário que a cama esteja em uma altura correta, ou seja, quando o idoso consegue sentar na beira e tocar facilmente os pés no solo. Ainda, os interruptores de luz devem estar ao alcance da mão e barras de apoio podem ser colocadas para dar mais segurança ao entrar e sair da cama. No banheiro o uso de trancas que abrem por dentro e por fora ajudam se o idoso passar mal e cair. As barras de apoio laterais, piso antiderrapante e fosco também diminuem o risco de queda”.

Cuidados no dia a dia

- Utilização de auxílio de bengalas e/ou andadores para caminhar

- Muitos medicamentos têm a mesma cor e por isso, podem ser confundidos e ingeridos inadequadamente. Tenha cuidado

- Realizar exames laboratoriais frequentes e visitas ao médico

- Estar em dia com o oftalmologista

- Evitar tapetes soltos

- Evitar produtos de limpeza que deixem o piso escorregadio

- Boa iluminação em todos os cômodos da casa

- Evitar andar somente de meias ou com sapatos mal ajustados

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