Cuidados para não comprometer o futuro

Déficit de Atenção e Hiperatividade deve ser diagnosticado na fase inicial

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Paulo Lague é médico psiquiatra e atua em Tapejara na Saúde Center ClínicaPaulo Lague é médico psiquiatra e atua em Tapejara na Saúde Center Clínica
Paulo Lague é médico psiquiatra e atua em Tapejara na Saúde Center Clínica
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O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença que acomete uma em cada vinte crianças e é a causa mais comum de encaminhamentos de crianças e adolescentes a psiquiatras. O Dr. Paulo Lague explica que ele caracteriza-se por sintomas de desatenção, como a dificuldade de concentração e em manter-se atento a uma tarefa, exceto em situações extremamente excitantes ou empolgantes. Segundo o médico psiquiatra, também são indicativos a hiperatividade e a inquietude, como não permanecer sentado na cadeira sem se levantar ou sem ficar se remexendo ou mexendo as mãos e os pés,  e a impulsividade, fazendo coisas impensadamente ou interrompendo os outros com muita frequência. Os sintomas de TDAH persistem na vida adulta em cerca de 60% dos indivíduos. Há uma grande influência genética no aparecimento do transtorno e esses genes fazem com que determinadas regiões do cérebro funcionem de forma diferente.

Diagnóstico

De acordo com o Lague, o diagnóstico do transtorno é muito importante porque existem vários estudos demonstrando que pessoas com TDAH têm muito mais complicações em suas vidas do que o restante da população. As crianças com TDAH geralmente apresentam prejuízo na vida escolar e, comprovadamente, sofrem mais acidentes do que aquelas sem o transtorno. Quando se avalia adultos que tiveram TDAH durante toda a sua vida, observamos que eles têm menos anos de escolaridade, menores índices de qualificação profissional, maiores índices de demissões, maior número de divórcios, maiores chances de adquirirem DSTs e de gerarem uma gravidez não planejada, maior incidência de uso de álcool, nicotina, maconha, cocaína, crack e inalantes, maiores chances de acidentes de trânsito, de dirigirem sob o efeito de álcool e sem o uso de cinto se segurança e uma maior incidência de depressão, ansiedade, transtorno de conduta e transtorno desafiador de oposição.

Medicação

O psiquiatra explica que é importante ressaltar que crianças, adolescentes e adultos com TDAH tratados com a medicação metilfenidato (Ritalina) apresentam um risco menor de se tornarem abusadores ou dependentes de álcool e outras drogas. Os sintomas de desatenção, hiperatividade, inquietude e impulsividade podem ser observados em menor grau nas pessoas em geral, só que nos portadores de TDAH eles são muito mais intensos e comprometem a vida da pessoa. O tratamento do TDAH é feito essencialmente com alguma medicação, como metilfenidato, lisdexanfetamina, atomoxetina, modafinila, imipramina, desipramina, nortriptilina, bupropiona, reboxetina, clonidina e guanfacina. O metilfenidato (Ritalina) é a medicação mais utilizada e, na maioria dos casos, a melhor dentre as disponíveis, visto que é capaz de melhorar todos os sintomas do TDAH. Ela, dentre outras funções, regula a liberação da dopamina e da noradrenalina no cérebro e, assim, restabelece o funcionamento cerebral.

Alerta!

Quando pais ou professores suspeitarem da presença do transtorno, o encaminhamento ao psiquiatra deve ser realizado com brevidade, visto que quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e o tratamento adequado, melhor será a sua evolução.

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