Cuidados com o intestino preso

Mau funcionamento pode estar associado a muitas doenças

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O médico José Alberto da Silva atua com videolaparoscopia digestiva na Saúde Center Clínica de TapejaraO médico José Alberto da Silva atua com videolaparoscopia digestiva na Saúde Center Clínica de Tapejara
O médico José Alberto da Silva atua com videolaparoscopia digestiva na Saúde Center Clínica de Tapejara
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Prisão de ventre e intestino preso são os nomes populares pelos quais é conhecida a constipação (ou obstipação) intestinal, um distúrbio comum caracterizado pela dificuldade em evacuar. O Dr. José Alberto da Silva, médico-cirurgião, explica que é necessário considerar, entretanto, que não existe um padrão rígido para classificar a frequência normal de funcionamento dos intestinos, que pode variar de três a 12 vezes por semana. Só se considera um quadro típico de constipação, quando ocorrem duas ou menos evacuações por semana. Algumas pessoas se queixam de que o intestino não funciona regularmente em ambientes estranhos, ou quando quebram a rotina, como ocorre durante as viagens, por exemplo. Essa alteração, porém, costuma desaparecer tão logo a pessoa retoma suas atividades habituais. A constipação é um transtorno mais comum nas mulheres, especialmente durante a gravidez, nas crianças e nos idosos.

As causas

As causas mais comuns da prisão de ventre costumam ser a dieta pobre em fibras, a pequena ingestão de líquidos, o sedentarismo, assim como o consumo excessivo de proteína animal e de alimentos industrializados. Não atender à urgência para evacuar, quando ela se manifesta, também pode comprometer o funcionamento regular dos intestinos. A prisão de ventre pode, ainda, estar associada a doenças do cólon e do reto, como diverticulose, hemorroidas, fissuras anais e câncer colorretal. Pode, igualmente, ser provocada pelo uso de certos medicamentos e por alterações neurológicas e do metabolismo. Estresse, depressão e ansiedade são outras ocorrências capazes de interferir nos hábitos intestinais. A complicação mais comum da constipação é o fecaloma, que se deposita no reto ou no cólon-sigmoide, e interrompe o trânsito intestinal. A tendência é o fecaloma aparecer mais nas pessoas com dificuldade de locomoção, como os idosos acamados e os cadeirantes.

O diagnóstico 

O levantamento da história do paciente, seguido de um exame clínico minucioso, é o passo fundamental para o diagnóstico da constipação. Exames de laboratório, como hemograma e sangue oculto nas fezes, e de imagem – enema opaco, colonoscopia e tempo de trânsito das fezes – são importantes para determinar as causas do distúrbio, estabelecer o diagnóstico diferencial e conduzir o tratamento.

O tratamento

Como a prisão de ventre é apenas um sintoma e não uma doença em si, o objetivo do tratamento é corrigir as causas do distúrbio. A maioria dos pacientes se beneficia com mudanças na dieta e no estilo de vida. Isso consiste na maior ingestão de fibras (legumes, verduras, frutas, cereais integrais, etc.), de alimentos com propriedades laxativas, como o mamão e a ameixa, de farelos em pó misturados aos alimentos ou diluídos em água ou em sucos e de suplementos com fibra na forma de biscoitos ou comprimidos. Também beber bastante líquido, aproximadamente dois litros por dia, se não houver contraindicação médica. Em alguns casos, porém, pode ser necessário o uso de supositórios ou de enemas. Em virtude de possíveis efeitos adversos, o uso de laxativos deve ser criteriosamente orientado pelo médico. Finalmente, só em situações muito especiais e raras, é preciso recorrer à cirurgia.

Recomendações

* Vá ao banheiro sempre que tiver vontade

* Beba muito líquido, mas álcool com moderação, porque ele ajuda a desidratar

* Saiba que a ingestão de farelo em pó pode aumentar a produção de gases

* Coma frutas, se possível com casca, nos intervalos entre as refeições

* Tente administrar as situações de estresse e as crises de ansiedade

* Procure assistência médica se notar mudanças significativas nos hábitos intestinais

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