Pesquisa inédita mostra que ainda há muita desinformação

Um em cada quatro brasileiros não faz exames preventivos contra o câncer

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Dr. Alvaro Machado é médico oncologista clínico do CTCANDr. Alvaro Machado é médico oncologista clínico do CTCAN
Dr. Alvaro Machado é médico oncologista clínico do CTCAN
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Um levantamento inédito sobre o câncer, feito pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), mostra que ainda há muita desinformação sobre a doença. A pesquisa “Panorama sobre grau de informação, hábitos e atitudes do brasileiro em relação ao câncer” foi divulgada no final de outubro e ouviu 1,5 mil pessoas. Os resultados apontam que a maior parte das pessoas tem pavor em grau máximo da doença (41%), mas ao mesmo tempo não procuram fazer a prevenção: um em cada quatro brasileiros não faz exames preventivos contra o câncer. A pesquisa revela que apenas 26% dos entrevistados acreditam ter conhecimento pleno sobre o câncer. Os tipos mais conhecidos são aqueles presentes em campanhas como o de mama, pulmão, próstata e pele, mas faltam informações em relação aos tipos com maior incidência como o de intestino grosso, esôfago, colo do útero e estômago por exemplo. Além disso, a população ignora possíveis sinais e sintomas da doença como inchaço localizado, crescimento de caroço, sangue nas fezes, perda de peso, sangue na urina ou dor de estômago. Por outro lado, o mesmo levantamento mostra que as pessoas acreditam na cura do câncer, por meio da radioterapia (81%), combinação de tratamentos existentes (79%), fé (78%), habilidade dos cirurgiões (74%), atenção dos médicos (73%) e medicamentos (73%).

Medo e falta de prevenção

Enquanto 41% têm muito medo do câncer, um em cada quatro brasileiros não faz exames preventivos contra a doença. Isso é muito preocupante na opinião do oncologista clínico do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Alvaro Machado. “Ainda tem o estigma de doença incurável e que traz grande sofrimento. Isso assusta. Mas não mobiliza as pessoas a tomarem atitudes no sentido da prevenção e identificação dos fatores de risco a que estão expostas. Exames rotineiros são fundamentais para o diagnóstico precoce, sinônimo de chance de cura”, comenta. As justificativas para a não realização dos exames preventivos são ausência de plano de saúde (29%), falta de tempo (28%), não considerar necessário (20%) e o medo de descobrir a doença (11%). Esses dados impressionam. “Existem fatores estruturais como serviços públicos insuficientes e deficientes, mas falta a cultura da prevenção e, especialmente, a falta de conhecimento. A ignorância sobre o tema gera condutas errôneas como, por exemplo, não fazer exames para não 'encontrar' doenças”, comenta Machado. Os homens costumam cuidar menos da saúde. “As mulheres têm o hábito de consultar seu ginecologista desde a adolescência. Os homens vão ao médico apenas quando já estão doentes”, salienta o oncologista clínico.

(Matéria completa em nossa edição impressa)

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