A hepatite A é uma doença infecciosa, causada pelo vírus VHA, que desenvolve um processo inflamatório no fígado. O Dr. Paulo Reichert, cirurgião do aparelho digestivo, explica que a Hepatite A é inflamação e infecção do fígado provocada pelo vírus da hepatite A. Os vírus que causam hepatite são designados por letras, seguindo a ordem de suas descobertas. A hepatite A, diferentemente das hepatites B e C, é de transmissão fecal-oral, ou seja, seu contágio ocorre pela ingesta do vírus em alimentos ou água contaminados. O vírus B se transmite por sexo ou sangue e a hepatite C essencialmente por sangue contaminado. A hepatite A também difere das hepatites B e C por não apresentar cronificação, somente a forma aguda da doença.
Poucas notificações
Sobre qual a hepatite com mais casos em nossa região, Reichert diz que é difícil responder, porque são doenças que muitas vezes ocorrem de forma subclínica, não sendo notificadas. Por exemplo: uma criança passa a apresentar leve fadiga, febrícula e se alimenta menos por alguns dias. Ela é levada ao atendimento médico e é diagnosticada uma virose. Este exemplo é muito frequente. Os sintomas desta criança podem ser causados por hepatite. A nossa região, mas especialmente mais ao norte de Passo Fundo, norte gaúcho e oeste catarinense, representa um enorme bolsão de hepatite B mapeado pela OMS. Em São Paulo há um surto de hepatite A. O especialista esclarece que o surto é endêmico, ou seja, restrito a uma determinada região geográfica. E, tranquiliza, enfatizando que não há uma epidemia em nossa região.
Contágio e sintomas
A hepatite A depende do contágio por água ou alimento contaminado e apresenta números inversamente proporcionais ao saneamento básico do local, ou seja, quanto mais esgoto tratado, menos a céu aberto e quanto mais água potável disponível, menores serão os casos desta doença. Na hepatite A, a maior parte ocorre sem a icterícia (amarelão), causando sintomas típicos de qualquer virose: cansaço, dores musculares e articulares, febrícula e perda de apetite. Atinge mais comumente a infância, onde sua gravidade é menor. Se atingir o adulto pode ser mais séria (grave). Paulo Reichert explica que muito raramente a hepatite pode levar à morte, por uma improvável evolução para a insuficiência hepática aguda, uma hepatite fulminante estimada em 1/10.000 casos.
Tratamento e prevenção
O tratamento consiste em repouso e medicações para alívio dos sintomas. Há raros e esporádicos casos que necessitam transplante (muito incomum). Existe vacina, que é altamente eficaz na prevenção da doença. A prevenção passa por evitar locais de baixo saneamento (cuidado em viagens!), evitar alimentos não cozidos (frutos do mar crus, sucos com água de fonte desconhecida, etc.) e lavar as frutas e vegetais antes do consumo.