Numa sociedade com grande índice de obesidade e sobrepeso, é cada vez maior a necessidade de um acompanhamento nutricional. No caso dos atletas ou praticantes de atividade física, devido a maior exigência energética dos exercícios que realizam, a individualização da dieta, realizada por um nutricionista, passa a ser uma necessidade. A nutricionista Fabrícia Perozzo esclarece que um plano alimentar individualizado deve garantir aporte energético de macro e micronutrientes. Também deve ser avaliado o que cada organismo necessita e como responde aos diferentes estímulos. “É necessário considerar sexo, idade, tipo de atividade física, fase de treinamento e rotina diária. Também é avaliada a necessidade de suplementação, monitorar as condições de hidratação, entre outros aspectos. O atleta também deve ser monitorado caso haja mudanças no treino, o que impacta a sua necessidade nutricional, e exige mudanças no plano alimentar”, explica a nutricionista.
Riscos e modismos
Caso opte por não buscar acompanhamento nutricional, o atleta corre, sim, alguns riscos. Fabrícia comenta que o mais preocupante é a deficiência nutricional. “A partir do momento em que se coloca o organismo num ritmo excessivo deve-se ter uma visão mais criteriosa das necessidades alimentares desta pessoa. Outro ponto preocupante é o uso excessivo de suplementos alimentares e dietas da moda”, frisa. A nutricionista frisa que constantemente surgem ‘novidades’ na área da nutrição esportiva. Algumas realmente possuem comprovação científica, mas muitas seguem a onda de “modismos”, sem eficiência comprovada, trazendo inclusive riscos para a saúde dos atletas. Lesões recorrentes, infecções e transtornos gastrointestinais são algumas das consequências observadas em praticantes de atividades físicas sem orientação específica.
Turbinando o desempenho
Antes de tudo, a nutricionista comenta que é necessário garantir uma alimentação adequada. Entre os alimentos mais indicados para os atletas estão a batata-doce, a mandioca, o arroz integral, frango, peixe, ovo, legumes, verduras, frutas, tapioca, pasta de amendoim, aveia, oleaginosas, granola, iogurtes... “São alimentos que juntos formam excelentes combinações e fornecem nutrientes de qualidade”, diz. Apesar disso, no caso dos atletas, existe dificuldade em garantir os nutrientes que o corpo exige somente com a alimentação regular, devido ao intenso ritmo de treino. Aí entra a suplementação alimentar. “Em casos de grandes gastos energéticos, se fôssemos planejar um cardápio só com alimentos, o volume seria muito grande, o que iria gerar desconforto na hora do treino”, frisa Fabrícia.
Um dos grupos alimentares essenciais para os atletas são os carboidratos. “Não só para os atletas como para todos nós. A Ingestão de Referência Dietética (DRI – Dietary Reference Intake, sigla em inglês) estipula que 45 a 65% das necessidades nutricionais diárias venham do carboidrato. Lembrando que os carboidratos vêm de fontes diferentes das que as pessoas são acostumadas, pois também estão presentes em frutas, verduras, entre outros: durante provas é muito comum o uso de frutas, água de coco, oleaginosas e carboidratos em gel diluídos em água”, explica.