Uma pesquisa, realizada no Hospital da Cidade de Passo Fundo, estudou a utilização de novos marcadores tumorais para o câncer colorretal. O trabalho foi realizado pela médica coloproctologista do HC, Dra. Ornella Sari Cassol, e apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), integrando a conclusão de seu curso de mestrado. O estudo teve a contribuição da equipe do Centro de Oncologia do HC, Laboratório de Análises Clínicas e dos coloproctologistas Dr. Miguel Schmitz e Dr. Francisco Parizotto. “O marcador estudado foi o DNA circulante livre de células (cfDNA), que compreende fragmentos de DNA resultantes da morte celular livres de células, extraído por uma simples coleta de sangue de pacientes portadores de câncer colorretal, constatando-se uma concentração maior em pacientes com tumores mais avançados. O resultado da pesquisa servirá para melhorar a tomada de decisão dos especialistas quanto à necessidade ou não de tratamentos quimioterápicos.” esclarece Ornella Cassol.
Marcadores tumorais
Fundamentais para a assertividade no tratamento e para o diagnóstico precoce do câncer, os marcadores tumorais são substâncias presentes no corpo humano e que podem apresentar quantidades aumentadas quando um determinado tipo de câncer se desenvolve. Estas substâncias podem indicar a presença do câncer e são encontradas através de exames de sangue ou de urina, por exemplo.
Hábitos alimentares
O câncer colorretal é um dos mais incidentes na população brasileira, sendo mais frequente em regiões com hábitos alimentares onde há o predomínio do consumo de carnes vermelhas e gordurosas e baixa ingestão de verduras e frutas. “Tumores mais severos tem pior prognóstico com menor índice de sobrevida em cinco anos. Espera-se, portanto, que o cfDNA possa servir como marcador de doença, ser comparável aos métodos de biologia molecular utilizados na atualidade para detecção de mutações e até substituir os mesmos no futuro.” salienta a coloproctologista.
Melhor prognóstico
As pesquisas na área são aliadas dos especialistas para a descoberta de métodos que auxiliem no diagnóstico precoce do câncer colorretal. Realizada através de uma coleta de sangue convencional, a biópsia líquida é uma destas novidades, identificando marcadores tumorais na corrente sanguínea através de análise molecular. A coloproctologista destaca na pesquisa que a identificação das mutações genéticas é importante para o planejamento dos esquemas quimioterápicos, melhorando o prognóstico do paciente. “Mais estudos são necessários, com maior número de pacientes, para que o objetivo da pesquisa em realizar o que se chama de ‘biópsia líquida’ seja obtido, contribuindo para o diagnóstico do câncer antes de ele ser detectado pelos métodos tradicionais, evitando o agravamento da doença, metástases à distância e tratamentos onerosos ao sistema de saúde.” esclarece.