Alzheimer e a convivência familiar

Doença impacta na vida do paciente e de todas as pessoas a seu redor

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É difícil chegar a uma fase da vida em que memórias e lembranças são perdidas a cada dia e a noção de autorreconhecimento esteja reduzida a quase zero. Mas é necessário falar sobre Alzheimer, uma doença que afeta quase 7% da população brasileira. Mais importante ainda é saber conviver com a doença, como explica o Dr. Charles André Carazzo, médico neurologista. A grande maioria das pessoas – não importa a faixa etária – já esqueceu onde deixou as chaves, se trancou a porta de casa ou o nome de um parente. Para os indivíduos com mais de 65 anos, isso se torna um problema quando os esquecimentos começam a ser cada vez mais frequentes, aliados à dificuldade de atenção, identificação de objetos e fisionomias. “É normal esquecer as chaves do carro. Mas não é normal esquecer para o que elas servem”, explica. Se você estiver passando por isso em casa o conselho é: “Aposte no afeto”. Estabelecer relações de carinho, respeito e confiança é muito importante em longo prazo.

 

A importância da informação
Outra dica importante para os familiares e cuidadores é se munir de informações sobre tratamento e buscar apoio em entidades especializadas. “Não dá para ficar sozinho nessa hora. É importante haver troca de informações, pois a doença tem estágios”, afirma Charles. “Lembre-se: a doença de Alzheimer impacta não só a vida do paciente, mas todas as pessoas a seu redor. Por isso é importante manter o bem-estar físico e psicológico da família e não delegar os cuidados somente a um membro. É bem comum que só um integrante seja responsável pelos cuidados, enquanto os outros se dizem inaptos para exercer a função”.

 

Atenção integral
Além disso, nas fases mais avançadas da doença, o idoso irá precisar de atenção integral, por isso a importância de ter uma rede de apoio. A ideia de que o idoso um dia se esquecerá de quem são os familiares também preocupa e, normalmente, é nessas horas que os parentes se dão conta de que a doença é progressiva e incurável. Os sintomas variam de acordo com o estágio da doença. No início, o idoso demonstra dificuldade de guardar novas informações, pois a doença afeta primeiro a memória recente. Com o avanço do quadro, o paciente vai perdendo memórias mais antigas e passa a demonstrar extrema dificuldade para executar atividades simples como se alimentar, vestir-se e até andar. “Isso ocorre devido ao acúmulo de substâncias anormais no cérebro, como a proteína beta-amiloide. Esse acúmulo gera a morte progressiva dos  neurônios” explica o especialista.

 

Qualidade de vida
Apesar de incurável, atualmente a doença de Alzheimer já conta com opções terapêuticas capazes de melhorar a qualidade de vida do paciente, diminuindo os sintomas. O tratamento é multidisciplinar e inclui o acompanhamento de vários profissionais, como psiquiatra, fisioterapeuta e neurologista. Além disso, é importante motivar o paciente e colocá-lo para participar de atividades que o estimulem, como arte, dança e literatura, sempre de acordo com suas habilidades atuais. Peça dicas de terapias complementares ao médico que está cuidando do paciente. Em casa, incentive-o a fazer coisas simples como arrumar a cama, guardar objetos etc.

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