A origem da palavra “estigma” aponta para marcas ou cicatrizes deixadas por feridas. Por extensão, em um período que remonta à Grécia Antiga, passou a designar também as marcas feitas com ferro em brasa em criminosos, escravos e outras pessoas que se desejava separar da sociedade “correta” e “honrada”. Essa mesma palavra muitas vezes está presente no universo das doenças psiquiátricas. No lugar da marca de ferro, relegamos preconceito, a falta de informação e tratamentos precários a pessoas que sofrem de depressão, ansiedade, transtorno bipolar e outros transtornos mentais graves.
Invisíveis
Para o médico psiquiatra Dr. Paulo Lague, as doenças psiquiátricas às vezes não são levadas a sério porque não são palpáveis e visíveis, como um osso quebrado ou uma enfermidade de pele, por exemplo. “Quando se tem depressão, pacientes são tachados de preguiçosos e pessimistas, e o medo de um rótulo faz com que muitos não procurem tratamento. Só passamos a acreditar que algo realmente está errado quando o pior acontece.” Comparadas com 2016, as buscas no Google sobre informações básicas a respeito de sintomas de depressão e ansiedade aumentaram 11%, com pico em março e abril de 2017. Ao mesmo tempo em que a internet pode fornecer informação de forma privada, ela também pode apropriar-se do tema para fomentar piadas e transmitir ideias caricatas de certos distúrbios mentais, alimentando o estigma e confundindo quem está realmente em busca de esclarecimento.
Diagnóstico preciso
Por isso o Dr. Paulo Lague orienta que se tenha cautela ao pesquisar sobre saúde na internet, pois muitas informações são distorcidas ou incorretas. Por isso a importância de se procurar um profissional habilitado para o diagnóstico correto, no caso um Psiquiatra. A maioria das doenças mentais pode ser tratada de maneira eficiente quando existe o diagnóstico preciso. Converse com alguém sobre seu problema e procure ajuda médica.