Vacina representa defesa e proteção

?? a indução do sistema imunológico para produzir uma resistência específica

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Nos últimos tempos fala-se muito em vacinas contra gripe, febre amarela ou outras doenças. Nas unidades de saúde pública ou na rede privada, a vacinação é um método importante que dispomos para a prevenção de doenças infecciosas. Mas o que é uma vacina e como ela funciona em nossos corpos? A explicação é dada pela Dra. Melissa Thiesen Tumelero, médica alergista e imunologista do corpo clínico do Hospital São Vicente de Paulo. Vacina é uma preparação de agente patogênico (microorganismo), preparado de diferentes formas (inativado, atenuado ou por meio de engenharia genética), que quando aplicada, tem o objetivo de induzir o sistema imunológico a produzir uma resposta de defesa específica, para o organismo ficar protegido.


O início na Inglaterra
A história das vacinas começa em 1796, com as experiências do médico inglês, Edward Jenner. Na época, a varíola era uma doença devastadora em muitos países, e se espalhou. Através de uma crença, comum entre os camponeses, de que os ordenadores de vacas que se infectavam com cowpox (feridas semelhantes às dos animais), não eram infectados com varíola. Edward Jenner inoculou um menino de oito anos que nunca tinha tido varíola nem vaccínia (que era uma doença com feridas e pus das vacas), com pus obtido de uma ordenadora, infectada com cowpox (semelhante a dos animais). O menino teve sintomas benignos de vaccínia, e meses depois, foi inoculado com o vírus da varíola humana e não desenvolveu a doença. A prática se espalhou pelo continente europeu, popularizada pela adesão da aristocracia. A essa nova técnica, posteriormente, foi dado o nome de vacinação, por Louis Pasteur, em 1885.

 

A vacina contra a gripe
A vacina contra a gripe popularizou-se. Além da aplicada pela rede pública, existem outras disponíveis em clínicas especializadas e hospitais. A vacina disponibilizada pelo governo é produzida pelo Instituto Butantã, e é trivalente, ou seja, contém três cepas do vírus influenza (H1N1, H3N2 e B). A vacina oferecida nas redes privadas é quadrivalente, produzida na Alemanha, que contém as três cepas e mais a B. Adultos e crianças a partir dos seis meses de vida devem fazer a vacina contra a gripe. A vacina deve ser aplicada anualmente, no outono, antes da estação da gripe. Os anticorpos começam a ser produzidos / efetivos após 2-3 semanas da aplicação. O recomendado é fazer durante o outono/inverno, pois a imunidade diminui ao longo do ano depois da vacinação. Pessoas com alergia conhecida a qualquer um dos componentes da fórmula não podem fazer a vacina. Exceções aos alérgicos ao ovo, que devem ser avaliados individualmente, pois alguns, após avaliação com médico especialista, podem fazer a vacina.

 

Vacina não provoca gripe
Esta vacina é feita com vírus inativados (vírus mortos fracionados), portanto incapaz de gerar a doença. Podem ocorrer eventos locais e alguns sintomas sistêmicos leves, nas primeiras 48 horas, devido provavelmente à hipersensibilidade e alguns componentes da vacina, como febre, dores musculares, dor de cabeça e sensação de cansaço. O que pode ocorrer por algumas vezes, é o contato com algum outro vírus respiratório circulante, que são mais frequentes no outono, e que, coincidentemente, desenvolverão sintomas de um resfriado, que ocorreriam mesmo se a vacina da gripe não tivesse sido feita.


Febre amarela
Atualmente a vacina da febre amarela é uma vacina recomendada de rotina em todo território nacional, pelo Ministério da Saúde. Até o momento, a nossa região não é considerada área de risco. A recomendação aqui deve ser individualizada e discutida com o médico assistente. É recomendada a partir dos 9 meses. Mas existem várias contraindicações que devem ser discutidas com o médico. Trata-se de uma vacina de vírus vivo atenuado. Também disponível nas redes particulares.

 

Calendários de vacinas
Existe no Brasil um calendário de vacinação feito por vários órgãos de saúde (Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Imunizações e outras sociedades médicas) que recomendam as vacinas para cada idade específica. Todas são importantes e trazem benefícios imunológicos. Então, existem vários calendários de vacinação: para crianças, adolescentes, adultos, idosos e calendários especiais (gestantes, viajantes, imunodeprimidos, doenças crônicas, HIV, prematuros).

 

Reações leves
Reações adversas podem surgir após qualquer vacina, sendo as mais comuns reações locais ou leves. Alergias também podem surgir, devido aos vários outros componentes/excipientes presentes na preparação vacinal, mas que podem ser leves ou até graves. Sem história prévia de reação ou não conhecimento de alguma alergia, difícil prever. A melhor prevenção é conversar com seu médico assistente para tirar dúvidas e seguir as suas orientações.


Imunidade
E no caso de quem que recebeu vacina, como a antitetânica, por exemplo, aumentará a sua imunidade? Se a pessoa for imunocompetente, ou seja, não tiver problemas de imunidade, e fizer o esquema vacinal recomendado, vai aumentar, sim, a sua imunidade específica para aquele microorganismo.

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