Técnica Ponseti para correção do pé torto congênito

A conscientização é importante, pois é necessário iniciar o tratamento na primeira ou segunda semana de vida

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Com incidência de 1 a 4 em 100.000 crianças, o Pé Torto Congênito é uma alteração genética que resulta em um pé virado para dentro. A conscientização é parte importante desta patologia já que o tratamento padrão é a Técnica Ponseti e, o ideal, é que ele inicie já na primeira ou segunda semana de vida do bebê, para aproveitar a elasticidade favorável dos tecidos que formam ligamentos, articulações e tendões dos pezinhos. “A deformidade já é bem evidente ao nascimento, inclusive podendo ser identificada no pré-natal, no exame morfológico. Assim a deformidade não levanta dúvidas quanto a necessidade de procura médica imediata”, explica o ortopedista pediátrico Dr.Jung Ho Kim. Na clínica IOT, que é um centro de referência para o tratamento de Pé Torto Congênito, são atendidos, em média, 60 novos casos por ano.

 

A Técnica Ponseti
O tratamento é baseado no entendimento da anatomia funcional do pé e da resposta biológica de músculos, ligamentos e ossos às alterações de posicionamento obtidas pelas manipulações seriadas e aplicação de gesso. “A técnica Ponseti consiste em manipulações seriadas no pé. Após essa manipulação um gesso é aplicado após cada sessão semanal para manter a correção e o alongamento obtidos. Assim, os ossos são gradualmente trazidos para o alinhamento correto. No final da série de gessos é realizado um pequeno procedimento cirúrgico de alongamento do Tendão de Aquiles chamado de Tenotomia do Aquiles”, revela o especialista que é instrutor no Brasil da técnica. O tratamento dura em média aproximadamente dois meses, neste período cinco a sete gessos longos, da coxa ao pé, com os joelhos em ângulo reto são geralmente suficientes para corrigir a deformidade. Os pés mais rígidos podem requerer mais gessos para obtenção da correção máxima.

 

Órtese
Após a correção, para diminuir a possibilidade de recidiva, quando o último gesso é retirado, deve-se usar uma órtese tempo integral por três meses e depois apenas à noite por 14 horas noturnas, durante quatro anos. A órtese consiste de uma barra (com o comprimento da distância entre os dois ombros) com botinhas altas abertas na frente presas à barra. Uma tira de couro deve ser colada acima do calcanhar para impedir que os pés escorreguem para fora. A criança pode ficar desconfortável inicialmente quando tentar mover as pernas separadamente, mas logo aprende a mexer as duas pernas juntas. “As revisões com o médico ortopedista devem ocorrer a cada três meses nestes quatro anos de utilização da órtese”, frisa Dr. Jung.

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