HSVP é referência nacional em tratamento das valvas cardíacas

No Brasil apenas nove hospitais podem treinar médicos para realização de Implante Valvar Aórtico Transcateter

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O Hospital São Vicente de Paulo de Passo fundo é um dos nove hospitais do país autorizados a treinar médicos para realização de Implante Valvar Aórtico Transcateter, também chamado de TAVI. É uma técnica minimamente invasiva, na qual uma valva aórtica é implantada com o uso de cateteres, sem necessidade de cirurgia com abertura do tórax, indicada inicialmente para pacientes com alto risco de morte para cirurgia convencional. Nos dias 19 e 20 de abril, o Instituto de Medicina Vascular dos HSVP realizou o III Curso Teórico-Prático de Implante Valvar Aórtico Transcateter e o XI Workshop em Cardiologia Intervencionista. O evento proporcionou uma programação teórica e atividade prática supervisionada para médicos de todo o país, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina. O evento teve coordenação dos médicos Rogério Tadeu Tumelero, Alexandre Pereira Tognon e Luiz Sérgio de Moura Fragomeni. Contou com palestras dos médicos Valter Correia de Lima, da UNIFESP de Porto Alegre, Gerson Urnau, professor da UPF, César Esteves, do Instituto Dante Pazzanese e do cirurgião cardíaco Roque Paulo Falleiro do HSVP. De acordo com o cardiologista Valter Correia de Lima “o evento treina médicos novos e de outros estados, para realizar esta técnica no momento devido em suas instituições. Recebemos médicos de diferentes estados. Essa é uma integração no contexto da educação médica continuada que só traz ganhos para todas as partes envolvidas”.

 

Evolução da técnica
A estenose valvar aórtica acomete especialmente os pacientes a partir dos 75 anos de idade, sendo que dentre eles 2% e 4% tem estenose da valva aórtica. Segundo Lima, “o tratamento convencional é com cirurgia aberta e troca da valva. O TAVI é inicialmente indicado aos pacientes de risco muito alto para a cirurgia. Como os resultados têm sido positivos em todos os sistemas de saúde, tanto aqui no Brasil como América Latina, Europa, Ásia e América do Norte, há uma consistência de alta performance dessa alternativa estabelecida para pacientes com contraindicação da cirurgia, com alto risco cirúrgico. Nos últimos dois anos, também para pacientes de risco moderado para cirurgia”. Há uma expectativa de que em breve, dois terços dos pacientes com estenose aórtica, incluindo a faixa dos 65 aos 70 anos, serão tratados com esta técnica menos invasiva, sem a abertura do tórax. Quanto aos resultados da técnica, Lima destaca que, no início o procedimento só era realizado em pacientes que tinham contraindicação absoluta para a cirurgia. O risco do TAVI também era elevado, porém menor que o da cirurgia. “Começamos com uma mortalidade entre 10% e 15% e hoje essa mortalidade está na faixa de 2% a 3%, além de apresentar superioridade nos termos de diminuição de morbidade, ou seja, de infecção hospitalar, complicação neurológica entre outras, tendo ganhos como o tempo de internação mais curto e pacientes prontos para voltar à rotina de vida”.

 

Alta complexidade
Em 2002 foi realizado o primeiro TAVI no mundo. Em 2008, a técnica foi introduzida no Brasil, no Hospital Albert Einstein, pelo médico alemão Prof. Dr. Ebehart Grube, da Universidade de Bonn. Em Passo Fundo, o primeiro TAVI foi realizado em 2010 pelos médicos Rogério Tadeu Tumelero e Ebehart Grube. “Este não é um tratamento para ser realizado em todas as instituições nem por todos os médicos, porque é um procedimento de alta complexidade, que exige uma expertise de médicos e de uma instituição com disponibilidade de suporte altamente sofisticado de anestesia, ecocardiografia e terapia intensiva”, orienta Lima. Hoje, no Brasil, apenas 22 centros são credenciados e certificados para a realização desse procedimento. O coordenador do curso, Tumelero, ressalta que o esse treinamento é um dos pré-requisitos da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista e da Associação Médica do Brasil, para que os médicos estejam habilitados a realização o TAVI em seus hospitais.

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