Varicela exige cuidados por ser altamente contagiosa

A vacina tetraviral é o principal método para a prevenção

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Dra. Daniele Comin da Costa é médica alergista e imunologista na Central de Consultas do Hospital da CidadeDra. Daniele Comin da Costa é médica alergista e imunologista na Central de Consultas do Hospital da Cidade
Dra. Daniele Comin da Costa é médica alergista e imunologista na Central de Consultas do Hospital da Cidade
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Catapora ou varicela é uma doença infecciosa e altamente contagiosa, porém imunoprevenível. De 2012 a 2017, foram notificados mais de 600 mil casos de varicela no País. O maior número foi na Região Sul, com quase 200 mil registros. A Dra. Daniele Comin da Costa, médica alergista e imunologista, que atua na Central de Consultas do Hospital da Cidade, explica que é uma infecção aguda causada pelo vírus herpes zoster. Caracterizada por lesões de pele (pápulas, vesículas, pústulas e crostas) muito pruriginosas. O quadro clínico pode vir acompanhado por febre moderada, prostração, cefaléia, redução do apetite e dor de garganta. Catapora ou varicela trata-se da mesma doença.

 

Vacinação
A varicela pode ser prevenida principalmente pela vacinação, através da vacina tetraviral disponível à população brasileira desde 2013 a qual consta no programa nacional de imunizações. Conforme os dados disponíveis no Centro Estadual de Vigilância Saúde (CEVS-RS) a varicela ocorre o ano todo com sazonalidade marcada no final do inverno e primavera. A incidência vem diminuindo desde quando foi inserida no calendário vacinal brasileiro a vacina tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela).

 

Contágio
A catapora/varicela é uma doença altamente contagiosa, a transmissão pode variar de 2 dias antes do surgimento das lesões até o momento em que todas estejam na fase de crostas. A principal via de transmissão é pelo contato direto com gotículas de um indivíduo infectado ou com o líquido das vesículas. Crianças infectadas com varicela deverão permanecer em seu domicílio até que todas as lesões tenham evoluído para crostas, arejar ambientes e desinfetar objetos e superfícies possivelmente contaminados.

 

Sintomas
Os sintomas não são imediatos após o contato com o vírus. O período de incubação do vírus pode variar entre 10 e 21 dias, mais comumente entre 14 e 16 dias após o contato. Os principais sintomas são lesões de pele em diferentes estágios evolutivos (pápulas, vesículas, pústulas e crostas) simultaneamente, acompanhadas de prurido. A evolução para cura ocorre geralmente em uma semana. O quadro clínico pode vir acompanhado de outros sintomas como dor de cabeça, redução do apetite, febre moderada e dor de garganta.

 

Complicações
As complicações podem variar desde infecção secundária das lesões de pele, pneumonia, encefalite, complicações hemorrágicas, hepatite, entre outras. Na gestação, se ocorrer nas primeiras 16 semanas, pode causar síndrome da varicela congênita (baixo peso ao nascer, malformações das extremidades, catarata, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor...). Outro período crítico são os 5 dias que antecedem e os 2 dias que precedem o parto, uma vez que neste período o vírus pode ser transmitido pela placenta e causar infecção severa no recém nascido.

 

Tratamento e imunidade
Na maioria dos casos o tratamento é somente sintomático, porém em imunocomprometidos, gestantes e em casos específicos usamos anti virais e imunoglobulina humana anti varicela zoster. Para quem já teve varicela, geralmente a infecção confere imunidade permanente, embora o sistema imunológico não seja capaz de eliminar o vírus. Devido a isso, cerca de 10-20% dos indivíduos que tiveram a doença, principalmente em idosos e em imunodeficientes, o agente infeccioso, que permanece latente, pode ser reativado décadas depois se manifestando como herpes zoster.

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