Ocorreu no início do mês, no Rio de Janeiro, o XXII Congresso da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea. O evento contou com pessoas de grande renome internacional, como a Dra. Bronwen Shaw, representando o CIBMTR Registro Internacional, que abordou temas como segurança dos doadores de células tronco hematopoiéticas, e a Dra. Juliet Barker, do Memorial Sloan Katherine Cancer Center, que falou sobre as expectativas no presente e no futuro do uso de unidades de sangue de cordão umbilical e fontes de células progenitoras. Transplantes chamados haploidenticos, ou seja, metade compatível, tem sido uma crescente opção naqueles pacientes em que não encontram doadores 100% compatíveis e que a doença tem um grande risco.
A hematologista do Instituto do Câncer Hospital São Vicente, Moema Nenê Santos, esteve presente e refere que o tratamento de várias patologias hematológicas malignas como Linfomas, Mielomas, Leucemias e Síndromes Mielodisplásicas estão em evolução, adequando o tratamento a partir do conhecimento genético e molecular da célula doente envolvida nestas patologias, como por exemplo nas leucemias mielóides agudas em que algumas anormalidades genéticas que quando presentes ao diagnóstico levam ao tratamento em associação ao medicamento que age diretamente na alteração genética e molecular de forma mais específica, como por exemplo medicamentos que agem na mutação FLT3 e que estão sendo utilizados durante o tratamento e mesmo após transplante de medula óssea como manutenção da terpeutica. Já a Leucemia Linfocítica Aguda recidivada ou refratária encontrou um novo agente um anticorpo monoclonal que ativa a destruição da célula leucêmica específica.
Nos Linfomas Não Hodgkin indolentes o transplante permanece como alternativa em pacientes que não responderam a tratamentos prévios ou que houve transformação para linfomas mais agressivos, tendo em vista que novas linhas de imunoterapia tem mostrado excelente resposta terapêutica. Os Linfomas Não Hodgkins de alto grau o transplante tem sido opção terapêutica nos pacientes com recidiva da doença, bem como novos medicamentos imuoterápicos que levam a uma ativação do próprio sistema imune do paciente para que este destrua a célula doente, como medicamentos conhecidos como anti PD1 e anti PDL1.
O Linfoma de Hodgkin da mesma forma com opções de anticorpos monoclonais, imunomoduladores e transplante haploidentico (metade compativel) tem tido excelentes respostas terapêuticas em comparação com transplante idêntico em casos de pacientes que necessitam este tratamento.
Houve abordagens sobre a terapia chamada de car T cell em que as células de defesa T do paciente são extraídas do sangue e modificadas geneticamente para reconhecer e destruir a célula doente e tem sido uma terapêutica experimental, em estudos e especifica para alguns pacientes em publicações crescentes, e que busca uma maior ampliação de atuação com diminuição do seu custo par poder ser mais abrangente a todos países.