A osteoporose é uma doença sistêmica do esqueleto, sendo a doença osteometabólica mais frequente. Ela se caracteriza pela presença de baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura (qualidade) óssea, o que aumenta a fragilidade do osso e o risco de fraturas. Em geral, a osteoporose é uma doença sem sintomas, e muitas vezes é diagnosticada, somente, após sua consequência mais grave, que é a fratura. Outro fato é que, a maioria das pessoas não sabe que possui a doença e acaba tendo fraturas frequentes sem investigação. Por isso, com o intuito de diagnosticar esses pacientes, mapeá-los, atuar na prevenção de fraturas e tratamento da doença, o Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, disponibiliza um serviço de referência para este tipo de atendimento. O Osteotrati, Tratamento Integrado de Osteoporose, é um serviço que, diariamente monitora e acompanha casos de fratura em pacientes acima de 50 anos.
Problema grave
O ortopedista responsável pelo Osteotrati, Dr. Vinícius Canello Kuhn explica que muitas pessoas têm fraturas, recebem o cuidado, melhoram e logo depois voltam a se machucar, pois não investigam a causa disso. “O impacto da osteoporose é grave, podendo ser maior que vários tipos de câncer e comparável ao da artrite reumatoide, asma e hipertensão. Portanto, a prevenção, diagnóstico e tratamento são primordiais”. A osteoporose é um problema grave de saúde pública, já que, conforme Vinícius, uma em cada três mulheres tem fraturas depois dos 50 anos. Além disso, o aumento da expectativa de vida da população e o fato de que a idade avançada é um dos principais fatores de risco para osteoporose, é um sinal de alerta. “Todos os pacientes que chegam via Emergência e Pronto Atendimento do HSVP, com mais de 50 anos de idade, com fraturas por trauma pequeno, (queda da própria altura, após erguer objeto do chão, entre outros), que são fraturas por fragilidade óssea, são listadas e recebem o encaminhamento para avaliação do especialista. Em geral, esses pacientes têm osteoporose então, iniciam o acompanhamento e tratamento via Osteotrati”, destaca o especialista, evidenciando ainda que, o trabalho é integrado à Clínica IOT e ao HSVP.
Monitoramento
Após a avaliação, o paciente passa a receber acompanhamento e é constantemente monitorado. Atualmente mais de 350 pacientes são atendidos pelo Osteotrati, sendo que a maioria são mulheres. “Nosso foco é principalmente a prevenção de novas fraturas, já que, isso traz diversos prejuízos para o paciente e o sistema de saúde. Nesse sentido, trabalhamos com a orientação de prevenção de quedas, ingesta adequada de alimentos que contenham cálcio, que são basicamente laticínios, a reposição da vitamina D e a medicação específica para osteoporose”, esclarece.
Padrão ouro
O HSVP através do Osteotrati participa do programa mundial de combate às fraturas por osteoporose, chamado de Capture-the-fracture, da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF). Este programa visa o rastreamento e tratamento das pessoas que estão em maior risco de apresentarem novas fraturas. “A fundação avalia permanentemente os sistemas que acompanham os pacientes com a Osteoporose. O Osteotrati, até então, adequou os quesitos para ser considerada padrão ouro”, ressalta Vinícius.
Sinais de alerta
Além das fraturas por traumas pequenos, o ortopedista orienta que outros sinais de alerta da osteoporose são dores nas costas frequentes e de difícil tratamento, perda de estatura e aumento da cifose torácica (curvatura do dorso), que podem representar fraturas osteoporóticas da coluna, mesmo que não tenha havido uma queda ao solo ou um trauma. “Para quem teve fratura ou alguns dos sinais e quer investigar é só marcar uma consulta na Clínica IOT ou em caso de fratura aguda vir até a Emergência, que nossa equipe multiprofissional fará o atendimento e acompanhamento”.
A melhoria na qualidade de vida
Assim como grande parte das mulheres Maria Ivete Berthier, 67 anos, de Lagoa Vermelha convivia com dores e fraturas e não sabia o motivo. Foi então, que ela veio a uma consulta médica em Passo Fundo e descobriu a osteoporose. Depois do diagnóstico, Maria iniciou o acompanhamento no Osteotrati. “Há dois anos faço tratamento e minha vida mudou muito. Não sentir dor e poder cuidar das minhas duas netas é muito bom”, relata a aposentada sobre a rotina após o tratamento, evidenciando ainda, a importância do acompanhamento de perto. “Eu faço a injeção a cada seis meses, tomo a vitamina D, cálcio e mantenho os cuidados com a casa, tapetes e outros. O bom, é que semanalmente a equipe entra em contato para saber como estamos, reforça os cuidados e isso ajuda muito, faz a diferença no tratamento”.