O Setembro Dourado, campanha nacional de conscientização sobre o câncer infantojuvenil, tem por objetivo alertar profissionais da saúde, pais, educadores e a sociedade em geral para a importância do diagnóstico precoce da doença. Por isso, o propósito da ação é chamar a atenção para sinais e sintomas sugestivos do câncer infantojuvenil. No Brasil, o câncer infantojuvenil representa a primeira causa de óbito por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 12 mil novos casos de câncer infantil surgem no país a cada ano. Cerca de 70% dos pacientes possuem chance de cura, se diagnosticados precocemente.
Instituto do Câncer
No Instituto do Câncer do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, crianças e adolescentes com câncer são atendidos no Centro Oncológico Infantojuvenil, que completou dois anos em 2018. Segundo a Dra. Caroline Fincatto da Silva, oncologista pediátrica que atua no Centro Oncológico Infantojuvenil, atualmente estão em tratamento quimioterápico 69 crianças e adolescentes e outros 70 pacientes em acompanhamento. “Nesse sentido temos uma média de 210 consultas ambulatoriais por mês, e uma média de 15 pacientes internados por dia, sendo que o Centro Oncológico Infantojuvenil é referência no tratamento para uma população de 2,5 milhões de habitantes”, dimensiona Dra. Caroline.
Diagnóstico precoce
A oncologista pediátrica informa que os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas. “Outros tumores que também acometem crianças são o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico), o tumor de Wilms (tumor renal), o retinoblastoma (tumor da retina), os tumores germinativos, o osteossarcoma (tumor ósseo) e os sarcomas (tumores de partes moles)”. Quanto aos sinais e sintomas do câncer infantojuvenil, Dra. Caroline salienta que são geralmente inespecíficos e similares aos de doenças benignas comuns da infância. No entanto, ela alerta que é preciso ficar atento a certas condições que crianças e adolescentes podem apresentar. Nesse sentido há diversos sinais e sintomas como palidez, cansaço, hematomas ou sangramentos, dor óssea ou articular (especialmente se persistente ou se desperta a criança à noite), caroços (ínguas) ou inchaços em qualquer parte do corpo, especialmente se forem indolores e não acompanhados de febre.
Outros sintomas
Além desses, a oncologista pediátrica pontua outros sinais de infecção, perda de peso sem causa aparente, febre prolongada e sudorese noturna, tosse persistente ou falta de ar, alterações oculares (reflexo branco na pupila, estrabismo recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos, protrusão do globo ocular), inchaço abdominal, dor abdominal, inchaço testicular, dores de cabeça, especialmente se forem incomuns e contínuas. Dra. Caroline ainda cita os seguintes sintomas vômitos recorrentes pela manhã ou com piora durante o dia, aumento do perímetro cefálico, alteração de marcha, desequilíbrio, alteração da fala, perda de habilidades desenvolvidas, dores nos membros e inchaços sem qualquer sinal de infecção ou trauma, otalgia ou otorréia crônica, obstrução nasal, hematúria, hipertensão arterial sistêmica e desenvolvimento precoce de caracteres sexuais. “O aparecimento de um ou mais desses sintomas não indica especificamente um diagnóstico de câncer, mas eles devem ser investigados através da avaliação de um especialista, com exames clínicos, radiológicos e laboratoriais, o mais rápido possível. As chances de cura, a sobrevida e a qualidade de vida do paciente são maiores quanto mais precoce for o diagnóstico do câncer”, enfatiza Dra. Caroline.