Ao entrar no consultório da nutricionista Ana Júlia Canfild encontramos um aconchegante espaço gourmet. Também não faltam modernos equipamentos para as avaliações, mas o que se destaca é o respeito à individualidade de cada paciente. A nutrição vai muito além de um capricho estético ou de um condicionamento atlético. “A nutrição é vida”, deixa claro a especialista. Assim, tem funções terapêuticas para doenças do fígado, que sofre uma sobrecarga por ser o órgão metabólico, diabetes, depressão, síndrome de pânico, doenças relacionadas ao trato gastrointestinal, menopausa e intolerâncias alimentares. “Muito buscam através das consultas uma melhora na qualidade de vida”. Um trabalho abrangente, pois atende dos idosos aos adolescentes que querem combater a acne ou a obesidade. E as gestantes merecem atenção nutricional antes e durante a gestão, além de acompanhamento na amamentação. É a nutrição que está em todas as fases da vida.
Interatividade em busca de diagnósticos
Ana Júlia enfatiza que cada paciente é único, exigindo ações especificamente individualizadas. “As consultas são todas interativas e não se segue nenhum protocolo fechado. Verificamos os sinais e os sintomas, através de uma anamnese americana: cabelo, pele, unhas, dores de cabeça, sistema nervoso central, intestino etc. Ela é bem específica para conhecer a individualidade bioquímica, genética e os hábitos alimentares. É uma consulta de mais ou menos uma hora, onde eu identifico se a pessoa tem excessos e deficiências. Através destes resultados eu trabalho num diagnóstico nutricional, porque a gente deve fazer as correções. Nisso tudo considero o sistema nervoso e a relação hormonal e, através desse diagnóstico, vou montar um programa alimentar”. Antes, porém, podem ser necessários exames laboratoriais para determinar valores exatos sobre vitaminas, minerais, metais pesados ou hormonais.
Tecnologia e precisão
Os recursos tecnológicos também são disponibilizados nas consultas. Um deles é o InBody 230, um equipamento de fabricação japonesa. “É uma balança que faz com que uma corrente elétrica percorra todo o corpo e, assim, eu consigo saber com precisão quanto você tem de massa muscular, gordura, água e como está o metabolismo. Após isso, eu posso aplicar todos os recursos necessários, seja funcional, ortomolecular ou ultradinâmica. O importante é que a metodologia vai ser individual. Depois o paciente retorna e eu faço a reeducação alimentar pautada no diagnóstico. Para isso vamos conversar, pois a interatividade é fundamental”. A expectativa é de que em 15 dias já ocorra uma melhora, pois é um trabalho bastante preciso.
Vamos para a cozinha?
A prescrição pode determinar alterações no cotidiano. Não são teóricas e devem ser postas em prática. Então, Ana Júlia passa o que está no papel para a panela. “Nós realizamos práticas, não é só de receitas. Eu vou para a cozinha com o paciente para a gente mudar o hábito alimentar. Vamos entender qual é o paladar dele, se é doce, azedo, amargo e então eu trabalho a percepção alimentar dele dentro da cozinha, de uma maneira prática e interativa. Não é apenas passar um plano alimentar, pois você interage com o alimento e eu observo o seu comportamento alimentar. Assim é possível oferecer as variações que se adaptam ao paladar de cada um. Na prática, tudo é um estudo do paciente”. Ana Júlia obteve maravilhosa experiência gastronômica no Le Cordon Bleu College of Culinary Arts. Mesmo assim, a clínica mantém parceria com chefs que podem ser acionados de acordo com perfil do paciente. “Não necessitamos perder o prazer em se alimentar bem”.
Arroz e feijão
O plano alimentar não é um cardápio restritivo. É uma estratégia nutricional para as suas necessidades. Com um sorriso de orgulho, a nutricionista diz que “ninguém passa fome com o meu cardápio”. Quantidade, qualidade e variedade. Tudo de olho no metabolismo. A dieta pode ser mediterrânea, alcalina, metabólica ou viva. “Esse equilíbrio é, de fato, uma estratégia nutricional. Mas eu busco sempre o que tem na natureza. Nada melhor do que o arroz, o feijão e a salada. Nutrição é vida. As pessoas estão perdendo o que têm na natureza. Nutrição também é resgatar alguns princípios de antigamente. Sem fórmulas mágicas, não vendo milagre. Faço com que o paciente se conheça melhor e mude seus hábitos alimentares”. Mas há circunstâncias em que as deficiências nutricionais exigem reposição com suplementos. “Pode ser em forma de cápsulas, shakes, chás. Além disso, há situações extremas como, por exemplo, gordura no fígado, que exigem um cardápio de desintoxicação para acelerar o metabolismo”.
Sobre Ana Julia Canfild
Natural de Carazinho, Ana Júlia Canfild é graduada em Nutrição pela Universidade de Passo Fundo, onde atuou como pesquisadora, conta com artigos em publicações científicas e estágios nas áreas clínica e de saúde pública. Além de seminários e cursos no país e exterior, capacitou- se em Suplementos Fitoterápicos em Estética e fez pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional na Universidade Cruzeiro do Sul em São Paulo. Residiu em Londres, onde aperfeiçoou conhecimentos sobre Intolerâncias Alimentares, além de estudar a alimentação europeia na França, Bélgica, Escócia. Também fez cursos em Portugal. Sua segunda pós-graduação foi na Fapes-SP, em Nutrição Ortomolecular com extensão em Nutrigenômica. Atualmente é pós-granduanda em gastronomia autoral pela PUC-RS. Atuou com renomados dermatologistas, cardiologistas, hepatologistas, geneticistas e educadores físicos. Há cinco anos trabalha com consultório próprio em Passo Fundo.