A segunda principal causa de morte no Brasil é conhecida popularmente como derrame, enquanto o infarto é a primeira causa, de acordo com relatório da OMS - Organização Mundial da Saúde. AVC, derrame ou isquemia? O neurocirurgião Dr. Cassiano Crusius, que atua no corpo clínico do Hospital São Vicente de Passo Fundo, explica que AVC é na verdade uma sigla das três primeiras letras do nome técnico Acidente Vascular Cerebral, popularmente conhecido como "derrame". O AVC pode ser de dois tipos: hemorrágico e isquêmico. O AVC hemorrágico é quando ocorre sangramento no cérebro, isto é hemorragia cerebral. O AVC isquêmico é quando há interrupção da irrigação sanguínea em determinada área cerebral, ocasionada pela obstrução de uma artéria cerebral, causando a isquemia cerebral.
Impacto
De acordo com o DataSUS, o AVC é a segunda causa mais comum de mortalidade no Brasil e a causa mais comum de incapacidade. Sabe-se que 72% das pessoas acometidas por AVC não retornam ao trabalho. Com esses dados consegue-se perceber o impacto social gerado pelo AVC.
Risco
O grupo de pacientes com maior risco de AVC são os que apresentam fatores de risco para o desenvolvimento da doença: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, tabagismo, cardiopatias (doenças do coração), uso de anticoncepcional oral.
A palavra SAMU
Os principais sintomas são: fraqueza ou dormência e dificuldade de movimentação em um dos lados do corpo, dificuldade de fala ou de entendimento, dificuldade para enxergar em um ou ambos os olhos, tontura ou incoordenação, todos com início súbito dos sintomas. Porém, para facilitação do reconhecimento há a palavra SAMU que propõe as seguintes ações: peça ao paciente para Sorrir e assim verificar se a boca está torta, peça ao paciente para Abraçar e assim verificar se há perda de força em um dos lados do corpo, peça ao paciente para cantar uma Música e assim verificar se há dificuldade de fala, e então com apenas um desses sinais presentes já se configura um quadro de Urgência. O que requer que esse paciente seja conduzido imediatamente ao atendimento médico, de preferência em um centro especializado em tratamento de AVC Isquêmico.
Tratamento
Uma vez diagnosticado, o AVC Isquêmico deverá ser tratado o mais breve possível, já que o resultado do tratamento depende do tempo entre o início dos sintomas até o início do tratamento. Atualmente, há a chamada "janela terapêutica" em que até 6 horas desde o início dos sintomas do paciente, até estabelecer um tratamento que possa desobstruir a artéria cerebral atingida e assim diminuir ou até mesmo evitar sequelas nos pacientes acometidos por AVC Isquêmico. Dentre os tratamentos que podem fazer a desobstrução das artérias cerebrais destaca-se o procedimento intervencionista realizado na sala de hemodinâmica, onde o médico, através de microcatéteres, retira o material que está obstruindo a artéria (geralmente um trombo), possibilitando o retorno da circulação sanguínea na artéria afetada, e consequentemente, no cérebro que estava sem irrigação de sangue.
As sequelas
Com relação às sequelas ocasionadas pelo AVC sabe-se que são diretamente ligadas à área do cérebro afetada pelo AVC, isto é, cada área do cérebro é responsável pela execução de uma tarefa específica. Então, pode-se prever a sequela de afasia (incapacidade de fala) quando a área afetada do cérebro for a área responsável pela fala e assim sucessivamente nas outras porções cerebrais com os respectivos sintomas.
Prevenção
O AVC pode ser prevenido através do controle dos fatores de risco já citados anteriormente, da investigação de possíveis alterações nas artérias carótidas, que são artérias localizadas no pescoço. Através delas circula o sangue para irrigar o cérebro, com isso doenças das artérias carótidas podem ocasionar AVC.
Sintomas súbitos
- Fraqueza ou dormência
- Dificuldade de movimentação em um lado
- Dificuldade de fala ou de entendimento
- Dificuldade para enxergar
- Tontura ou falta de coordenação