Alzheimer não tem cura e pode ser fatal

Doença ocorre pela morte progressiva dos neurônios e compromete as atividades diárias

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No Brasil existem mais de 1,6 milhões de pessoas acometidas pelo Alzheimer, de acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer. Ainda não existem tratamentos para evitar a evolução da doença. Porém, um diagnóstico precoce é fundamental para a qualidade de vida e prevenção de riscos. De acordo com o Dr. Alan Christmann Fröhlich, a doença de Alzheimer é neurodegenerativa progressiva. O médico neurologista do corpo clínico do Hospital da Cidade explica que a doença inicia devido ao acúmulo de uma substância no cérebro chamada de peptídeo beta-amilóide, que provoca a morte progressiva dos neurônios e a falta de acetilcolina, que é importante para o bom funcionamento do nosso cérebro. Essas alterações levam a uma deterioração cognitiva progressiva, com comprometimento das atividades da vida diária, além de sintomas neuropsiquiátricos e alterações comportamentais.

 

As três fases
A doença é dividida em três fases: leve, moderada e grave. Na fase leve, os pacientes apresentam perda de memória moderada, principalmente para fatos recentes e já têm dificuldade para realização das atividades diárias, mas podem parecer normais à avaliação superficial; na fase moderada, apresentam perda de memória grave, estão geralmente desorientados e precisam de auxílio para realização da maioria das atividades; na fase grave, apresentam apenas alguns fragmentos da memória e são completamente dependentes. Atualmente a doença não tem cura e é fatal. Não diretamente pelas alterações cognitivas, mas pelas complicações que ocorrem na fase grave, em que o paciente pode ficar acamado e mais suscetível a infecções, como pneumonia e infecção urinária.

 

A importância do diagnóstico
Ainda não temos tratamentos que impeçam a evolução da doença, ou seja, o acúmulo de proteína beta-amiloide e a morte neuronal. Existem várias pesquisas em andamento com medicações para serem usadas para este fim e, espera-se que nos próximos anos tenhamos novas estratégias terapêuticas mesmo nas formas pré-clínicas. Mesmo sem tratamento curativo, o diagnóstico precoce é importante com vistas à melhora da qualidade de vida dos pacientes e dos cuidadores, bem como evitar que os pacientes sejam submetidos a riscos, como dirigir, por exemplo. A prevalência da doença de Alzheimer aumenta à medida que envelhecemos, sendo rara antes dos 65 anos de idade. A chance de termos a doença dobra a cada cinco anos a partir dos 70 anos, quando atinge de 1 a 2% da população.

 

Atenção multiprofissional
O tratamento da doença de Alzheimer envolve diversos aspectos de cuidado. Além do uso de medicamentos que podem melhorar os sintomas (mas não impedem a progressão da doença), a atenção de toda uma equipe multidisciplinar é de extrema importância, com o apoio do médico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, cirurgião-dentista e psicólogo.

 

Convivendo com a doença
O esclarecimento e apoio da família é o fator mais importante no manejo dos pacientes com doença de Alzheimer. Quando as pessoas próximas ao paciente entendem e conseguem lidar com os diferentes sintomas da doença, os pacientes ficam mais tranquilos. Geralmente é difícil para as pessoas próximas conviverem com uma pessoa querida que comece a apresentar um comportamento diferente e, às vezes, até mesmo agressivo. Os cuidadores precisam estar sempre em acompanhamento, para elaborar diferentes estratégias no cuidado dos pacientes, que geralmente não percebem os sintomas da doença.

 

Cuidar do cérebro
Não existem atualmente medicamentos preventivos, mas tudo o que fizermos para “cuidar bem do nosso cérebro” pode retardar em vários anos o início da doença de Alzheimer. Assim, fazer atividade física regular, ter uma dieta saudável, dormir bem e manter-se ativo na velhice são hábitos que promovem um envelhecimento com mais qualidade.

 

Os sintomas da doença

Memória - O sintoma mais comum e inicial na doença de Alzheimer é a perda de memória. Entretanto, diferente de esquecimentos comuns do dia-a-dia, os pacientes com a doença têm impacto significativo nas atividades diárias devido à falta de memória. Os esquecimentos não acontecem esporadicamente, mas de maneira repetida e para fatos importantes. Inicialmente, a memória recente é mais afetada e os sintomas pioram de modo gradual.

Linguagem - Além da memória, outras áreas cognitivas são atingidas. Os pacientes podem apresentar alterações da linguagem, com dificuldade de encontrar palavras ao contar uma história. A capacidade para resolver problemas também é afetada, e as pessoas com doença de Alzheimer podem começar a ter dificuldades para lidar com questões financeiras ou resolver alguma situação doméstica comum. Fazer compras pode tornar-se difícil, com itens da lista do mercado sendo esquecidos frequentemente ou comprados de maneira repetida.


Comportamento - Podem surgir também sintomas comportamentais, como agitação, ansiedade, depressão ou apatia. Os pacientes com a doença, em geral, não percebem os sintomas e “acham que estão bem”. São os familiares ou amigos que percebem as mudanças e levam o paciente para atendimento.

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