Neste mês de outubro a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou o tratamento com a medicação talazoparibe para pacientes com câncer de mama avançado e que apresentem a presença de mutação no gene BRCA. O talazoparibe é uma medicação oral que pertence a uma categoria conhecida como inibidores da PARP, que atua bloqueando mecanismos de reparo do DNA da célula tumoral. As células do câncer de mama, com mutação no BRCA, têm potencial para apresentarem uma sensibilidade aumentada para essa medicação, pois a alteração neste gene também gera uma deficiência na capacidade de reparo do DNA da célula tumoral.
A decisão foi baseada nos resultados do estudo conhecido como EMBRACA, no qual tivemos a oportunidade de participar e incluir pacientes em nosso centro de pesquisa de novos tratamentos para o câncer, aqui em Passo Fundo. Esse estudo envolveu cerca de 430 pacientes de várias partes do mundo com câncer de mama do tipo HER2 negativo e com a presença da mutação BRCA para receber o talazoparibe ou quimioterapia de escolha do médico (as opções eram capecitabina, eribulina, gencitabina ou vinorelbina). Ao entrar no estudo, todas as pacientes já haviam recebido algum tipo de tratamento quimioterápico prévio e haviam tido progressão de sua doença.
Utilizando critérios de avaliação de resposta internacionalmente padronizados (RECIST), foi observado que os pacientes com talazoparibe tiveram uma redução de 46% no risco de progressão de sua doença em comparação com quimioterapia, o que foi significativo do ponto de vista estatístico.
As reações adversas mais usuais (que ocorreram eventualmente em mais de 20% dos pacientes) foram fadiga, anemia, náusea, dor de cabeça, queda de cabelo, diarreia ou diminuição do apetite.
Este foi o maior estudo clínico já feito envolvendo pacientes com câncer de mama hereditário e seus resultados mostraram um claro benefício do talazoparibe em comparação com a quimioterapia padrão.
Câncer renal de células papilíferas metastático
O Instituto do Câncer Hospital São Vicente realiza estudo para pacientes com câncer renal de células papilíferas metastático elegíveis para receber terapia de 1ª linha. O tratamento em estudo inclui um inibidor da quinase MET versus um inibidor de multiquinase.
Dr. Rodrigo Ughini Villarroel
Oncologista – Melanoma – Pele – Mama - Urológico
CRM: 21309
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