Identificando e lidando com a Síndrome Depressiva

Os sintomas são persistentes e podem surgir de diferentes formas

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O isolamento social, a irritabilidade e os sintomas de gravidade são percebidos pelos familiaresO isolamento social, a irritabilidade e os sintomas de gravidade são percebidos pelos familiares
O isolamento social, a irritabilidade e os sintomas de gravidade são percebidos pelos familiares
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A depressão afeta mais de 320 milhões de pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, o que representa 4,4% da população mundial. O Brasil é o país com maior incidência da doença na América Latina, com o registro de mais de 11 milhões de casos. A Dra. Patrycia Chedid Danna, médica psiquiatra do corpo clínico do Hospital da Cidade, esclarece sobre a síndrome depressiva. Explica que é um conjunto de sintomas persistentes, presentes quase todos os dias, na maior parte do dia e que causam sofrimento, afetando significativamente a capacidade de funcionamento do indivíduo, podendo ocorrer de forma periódica ou cíclica. Os sintomas são humor deprimido, perda de interesse ou prazer nas atividades, aumento ou redução do apetite e do sono, agitação ou retardo psicomotor visíveis, perda de energia, sentimentos de inutilidade ou de culpa excessivos, prejuízo na concentração e pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida, tentativa e suicídio. É importante frisar que em crianças, adolescentes e idosos os sintomas podem ser diferentes, sendo importante atentar para a queda do rendimento escolar, irritabilidade e dificuldades relacionadas à memória/dor respectivamente.

 

Os sintomas
Insônia ou fadiga com frequência são as queixas principais e iniciais, que muitas vezes passam despercebidas, causando falha na detecção e resultando em subdiagnóstico. É fundamental ficar atento às mínimas mudanças comportamentais do paciente e investigar outros sintomas possivelmente existentes. Apesar de serem doenças distintas, sintomas de ansiedade podem e costumam coexistir com os sintomas de depressão, sendo necessária a sua abordagem e tratamento.

 

Diagnóstico
Nenhum exame é aprovado como ferramenta diagnóstica para a depressão. A entrevista, a expressão facial e a atitude do paciente, além do relato familiar, configuram como os melhores preditores da doença. Exames específicos são ótimos aliados para excluir patologias orgânicas que possam coexistir. A avaliação fica prejudicada quando os sintomas ocorrem conjuntamente a alguma condição orgânica (diabetes, hipotireoidismo, neoplasia, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral), podendo gerar confusão no diagnóstico.

 

O tratamento
As formas de tratamento variam desde o uso de medicação, psicoterapia, até internação e eletroconvulsoterapia (ECT) em casos de necessidade. A combinação entre os remédios e a terapia geralmente é a escolha, e a segurança do paciente deve ser garantida. O tratamento pode inclusive combinar várias classes de medicamentos e deve ser individualizado caso a caso. A vinculação da rede familiar ao tratamento deve ser incentivada sempre. O tratamento da depressão pode inclusive, melhorar o curso de condições médicas orgânicas.

 

Medicamentos
Os antidepressivos são as medicações de escolha para o tratamento, mas, às vezes, não são necessários, como é o caso das depressões leves. Além disso, durante os sintomas depressivos no Transtorno de Humor Bipolar, outras medicações devem ser priorizadas. A avaliação de um profissional é sempre indicada.

 

Apoio familiar
São os membros da família que, em geral, notam os sintomas. O isolamento social, a irritabilidade e os sintomas de gravidade são percebidos pelos familiares que, muitas vezes, são os primeiros a buscar o auxílio de profissionais. Além de serem fundamentais na busca do recurso, dão suporte ao tratamento, incentivando o paciente nesta fase tão difícil.

 

Prevenindo
Alguns costumes parecem auxiliar na prevenção da depressão. Ter hábitos alimentares saudáveis, praticar exercícios regularmente e manter um bom padrão de sono são bons exemplos. Estes hábitos mantêm a serotonina cerebral, que está ligada à sensação de bem-estar. O tratamento de qualquer patologia psiquiátrica, inclusive quadros depressivos prévios, também auxilia na prevenção de novos episódios depressivos, os quais têm um curso crônico e recorrente.

 

CVV
O Centro de Valorização à Vida (CVV), é um instrumento importante para a prevenção do suicídio. A ligação é gratuita e sigilosa, podendo ser realizada por qualquer pessoa que quer e que precisa conversar. O número do CVV é 188. O suicídio é uma realidade que pode ser prevenida. Precisamos falar sobre isso!

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