As terapias de estimulação cerebral despontam entre as técnicas cirúrgicas mais modernas para o tratamento da Doença de Parkinson. O Dr. Leonardo Frighetto, neurocirurgião da equipe do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia – SNN realizou a primeira cirurgia para o Tratamento Cirúrgico da Doença de Parkinson no Hospital de Clínicas (HC) de Passo Fundo. A técnica inovadora auxilia no controle dos sintomas da doença. “A cirurgia, chamada de Estimulação Cerebral Profunda (DBS, sigla em inglês para deep brain stimulation), consiste no implante de eletrodos no cérebro do paciente conectados a um equipamento denominado de neuroestimulador.” esclarece Dr. Leonardo Frighetto. O dispositivo implantado através do procedimento fornece estimulação elétrica de alta frequência às regiões cerebrais afetadas pela doença e permite a redução dos sintomas do Parkinson.
Neurocirurgia estereotáxica
O Dr. Frighetto integra a equipe de neurocirurgia funcional do HC juntamente com os Drs. Jorge Bizzi, Paulo Oppitz e o neurologista Alan Frohlich, realizando em Porto Alegre esta cirurgia desde 2006. A equipe já realizou mais de 70 tratamentos cirúrgicos, e foram os primeiros a realizar este procedimento no interior do estado. A neurocirurgia estereotáxica e funcional atua na modificação da atividade cerebral presente em diversas doenças neurológicas, dentre elas destacam-se a dor crônica, transtornos de movimento e epilepsia. Além disto, engloba a radiocirurgia, que é uma técnica de cirurgia minimamente invasiva no tratamento de tumores cerebrais.
Benefícios
O neurocirurgião salienta quais são os pacientes beneficiados por esta terapia. “O tratamento cirúrgico é indicado para os pacientes portadores de Doença de Parkinson cujos sintomas não são mais controlados pelo tratamento medicamentoso, visando reestabelecer a funcionalidade, independência e melhorar a qualidade de vida destas pessoas” pontua. Assim sendo, a Estimulação Cerebral Profunda repercute na melhora da qualidade de vida do paciente, reestabelecendo a realização de atividades de rotina prejudicadas pelo avanço da doença.
Doença de Parkinson
A Doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que manifesta-se através de tremores involuntários nos membros, rigidez, lentificação dos movimentos (bradicinesia) e alteração dos reflexos de postura do paciente. Com isto, a doença tem um caráter progressivo, causando comprometimento da capacidade do paciente desempenhar suas atividades habituais, tornando-se com o tempo dependente do acompanhamento de familiares ou cuidadores. A grande maioria dos pacientes responde bem ao tratamento medicamentoso, porém muitos pacientes tornam-se refratários aos medicamentos, necessitando o tratamento cirúrgico.