Dos dias 30 de novembro ao dia 02 de dezembro de 2018, ocorreu em San Francisco - Califórnia, o EUA 60th ASH - Anual Meeting and Exposition of the American Society of Hematology. O evento é um dos mais importantes na área da Hematologia, a hematologista do Instituto do Câncer Hospital São Vicente, Moema Nenê Santos, esteve presente e obteve novidades a respeito do tratamento de doenças. Algumas doenças abordadas foram: a Síndrome Mielodisplásica, uma doença que afeta a medula óssea e tem risco de transformação leucêmica e a medicação Luspartercept, uma primeira classe de agente que induz a maturação de células precursoras da série vermelha e eritróide, além de abranger um tratamento promissor nas talassemias e anemia sideroblástica.
Nas leucemias linfocíticas crônicas, as medicações orais que agem na via celular tumoral são conhecidas como inibidores da bruton tirosina quinase. A ibrutinibe já é utilizada em pacientes de maior idade e com marcadores de maior gravidade, ela foi avaliada em pacientes jovens mostrando excelentes respostas terapêuticas em relação a terapia padrão.
Em relação ao mieloma múltiplo, um tipo de neoplasia maligna da medula óssea, a incorporação de novos anticorpos monoclonais vem ganhando destaque e já sendo usado em terapias iniciais no tratamento desta doença.
Já para o Linfoma de Hodgkin, em pacientes com mais idade, a terapêutica tem sido adaptada ao uso de imunoterapia com esquemas de quimioterapia menos tóxicos e mais eficientes. O exame Pet Scan está sendo bastante utilizado para adaptação do tratamento. Os Linfomas Não Hodgkin ganham uma nova linha de tratamento com outras linhas de imunoterápicos, bem como tratamentos com medicações orais, que agem na inibição da ativação da célula tumoral (BTK, anti BCL2 e etc.).
Os problemas de coagulação e o estabelecimento de protocolos sobre o uso de medicamentos anticoagulantes em situações específicas, foi também, um assunto importante e de destaque no evento. Atualmente, possuímos mais opções destes medicamentos e o seu uso deve ser direcionado, especialmente, a cada tipo de paciente que as vezes pode ter perda de função renal, estar gestando ou ter outras doenças crônicas que influenciam na sua escolha.
As leucemias mieloides agudas, agora com sua classificação sendo de acordo com os marcadores moleculares, têm a incorporação de nova terapia junto ao tratamento de indução com a quimioterapia padrão, bem como manutenções de tratamento.
Pesquisa de Linfoma de Manto
O Instituto do Câncer Hospital São Vicente realiza estudo para pacientes com linfoma de manto não tratados previamente e com idade igual ou superior a 65 anos. O tratamento inclui Rituximabe e Bendamustina em associação ou não com um inibidor de BTK.