A doação é uma semente que se multiplica

Brasil aumenta doação de órgãos e bate recorde em transplantes

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Equipe da OPO4RS do HSVPEquipe da OPO4RS do HSVP
Equipe da OPO4RS do HSVP
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De acordo com o Ministério da Saúde, o balanço sobre a doação de órgãos, tecidos e células registrou um aumento no ano passado. Uma flor nasce, cresce, floresce e transforma-se em semente. Pode parecer o fim da linha da planta quando olhamos para ela seca. Porém, pode não ser, se essa semente for lançada à terra novamente. Podemos pensar desta forma também quando o assunto é doação de órgãos. A partir de um sim de uma família, um órgão pode ser transplantado e outra vida ganhará esperança e poderá continuar. A doação de órgãos é um gesto nobre, de amor ao próximo e solidariedade. No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, em 2018, foram captados 04 fígados, 10 rins, 17 córneas e um coração. Em relação aos transplantes foram 13 de córneas, nove de fígado e seis de rim. Estes dados mostram que muitos pacientes receberam uma segunda chance, mas, quando olhamos para os números da fila de espera por órgão e da negativa familiar, percebemos que muito ainda precisa ser feito. No HSVP 20 pacientes esperam por um fígado, 78 por um rim e cinco por córneas.

 

O papel dos familiares
A família tem um papel fundamental na doação de órgãos, e ela quem autoriza ou não, a retirada dos órgãos dos familiares. Conversar sobre o assunto e deixar clara a decisão, torna mais fácil e tranquila a posição para a família. “Geralmente o processo de morte encefálica acontece de forma repentina para a família e como muitas vezes eles não sabem a vontade do familiar acabam não realizando a doação. Outro fator é em relação há dúvidas e receios, por isso, é fundamental que as pessoas falem e pesquisem sobre o assunto”, enfatiza a enfermeira da Organização Por Procura de Órgãos (OPO4RS) do HSVP, Fabiana Dal Conte. Além da questão a decisão, o médico da OPO4RS, Cassiano Crusius, pontua que uma das principais dúvidas da família é em relação a morte encefálica. “A morte encefálica, comumente conhecida como morte cerebral, representa a perda irreversível das funções vitais que mantêm a vida, como perda da consciência e da capacidade de respirar, o que significa que o indivíduo está morto. O coração permanece batendo por pouco tempo e é neste período que os órgãos podem ser utilizados para transplante. Os exames que identificam a morte encefálica são seguros e seguem protocolos nacionais”, ressalta o neurologista, salientando ainda que o processo de confirmação de morte encefálica é feito por dois profissionais médicos.

 

Cirurgia para retirada
Assim como semente lançada na terra que se multiplica, quando uma família diz sim para a doação, coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões podem ser retirados e um único doador e salvar inúmeras vidas. A retirada dos órgãos é realizada em centro cirúrgico, como em qualquer outra cirurgia. “Uma das preocupações da família é quando ao corpo do doador. Após a retirada dos órgãos, é feita a recomposição do corpo e o doador poderá ser velado normalmente”, explica Cassiano.  No HSVP, as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTTs) e a OPO trabalham intensamente na identificação de possíveis doadores, bem como, no atendimento e suporte das famílias de doadores e transplantados. As equipes também estão disponíveis para tirar dúvidas e informar sobre o processo de doação de órgãos e transplantes. “A doação é um ato de amor ao próximo. A conscientização da população em relação à doação de órgãos é vital para melhorar a realidade dos transplantes no Brasil”, enaltece Fabiana.

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