As arritmias cardíacas são silenciosas e perigosas. Nos casos graves podem propiciar paradas cardíacas e levar à morte súbita. É um problema de saúde pública, porém ainda falta a conscientização da população sobre o tema. O Dr. Edimar de Lima, médico cardiologista e eletrofisiologista do Hospital de Clínicas de Passo Fundo, explica que as arritmias cardíacas são alterações elétricas que provocam modificações no ritmo das batidas do coração. Elas são de vários tipos: taquicárdicas, quando o coração bate muito rápido; bradicárdicas, quando as batidas são muito lentas, e há casos em que o coração pulsa com irregularidade (descompasso). A arritmia é a principal causa de morte súbita. A morte súbita é a morte instantânea, inesperada, repentina e não acidental, na maioria das vezes de origem cardíaca, onde tipos específicos de arritmias, as arritmias ventriculares, ocorrem juntamente com outros distúrbios cardíacos, exemplo os infartos cardíacos, que apresentam essa arritmia como sua mais trágica complicação e consequentemente a morte súbita.
Os principais sintomas das arritmias cardíacas
O sintoma mais comum é palpitação, que é a sensação ou percepção dos batimentos cardíacos demasiadamente rápidos. Mas, também, sintomas de desmaios e tonturas podem ser causados por arritmias. Em outros casos, podem apresentar confusão mental, fraqueza, pressão baixa e dor no peito. Muitas vezes, as arritmias cardíacas não provocam sintomas, sendo uma doença silenciosa e, por isso, perigosa. Em casos graves, principalmente associadas a doenças cardíacas, pode ocorrer parada cardíaca, que pode levar à morte súbita.
As causas da morte súbita
As principais causas da morte súbita são doenças cardíacas ou distúrbios cardíacos que um indivíduo possa ter. Entre essas doenças, a principal é o infarto agudo do miocárdio ou sequelas cardíacas de um pós-infarto cardíaco, onde há distúrbios elétricos cardíacos que podem levar a arritmias malignas que desencadeiam em morte súbita. Mas há outras doenças cardíacas que podem levar à morte súbita, por exemplo, a insuficiência cardíaca, ou doenças genéticas que causam má-formação cardíaca, como a miocardiopatia hipertrófica.
As principais medidas de prevenção
Para prevenir as arritmias cardíacas, assim como as demais doenças, é preciso ter hábitos saudáveis, através de uma alimentação balanceada, não ingerir ou não exceder no consumo de bebidas alcoólicas, não fumar, praticar atividades físicas, dar atenção à saúde emocional e, pelo menos uma vez por ano, consultar-se com um cardiologista para a realização de exames preventivos. Além disso, precisamos identificar os pacientes que apresentam maior risco, que são aqueles pacientes recuperados de infarto cardíaco, que apresentam insuficiência cardíaca, ou aqueles que possuem possíveis doenças genéticas cardíacas, aos quais apresentam histórico familiar de morte súbita em membros geralmente jovens da família.
As primeiras providências nos casos de parada cardiorrespiratória
Em frente a uma possível parada cardíaca, deve-se primeiro constatar que essa pessoa está totalmente inconsciente e que não respira. Após essa constatação a principal medida é chamar por ajuda para que se localize um desfibrilador cardíaco mais próximo e que entre em contato urgentemente com uma unidade de emergência ou ambulâncias para dar o adequado tratamento e deslocamento para uma unidade hospitalar. Se o indivíduo permanecer inconsciente e sem respiração deve-se iniciar e manter a reanimação cardíaca com massagens cardíacas até a chegada do desfibrilador ou da equipe de emergência.
Risco e prevenção em atividades físicas
O maior risco de morte súbita em atividade física é presença de algum distúrbio ou doença cardíaca no indivíduo que se propõem a realiza-la. Por isso, quando vai se iniciar uma atividade física recreacional, leve a moderada, deve-se fazer uma avaliação com cardiologista, com exame físico e eletrocardiograma, ou quando se propõe a uma atividade física competitiva, amadora ou profissional, se requer exames especializados, como um ecocardiograma ou teste ergométrico, para afastar doenças ou distúrbios cardíacos vigentes.