Alergias atingem 30% dos brasileiros segundo Associação

Tendência aponta que até 2050 afetará a metade da população mundial

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Dra. Melissa Thiesen Tumelero é médica alergista e imunologista do Hospital São Vicente de PauloDra. Melissa Thiesen Tumelero é médica alergista e imunologista do Hospital São Vicente de Paulo
Dra. Melissa Thiesen Tumelero é médica alergista e imunologista do Hospital São Vicente de Paulo
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De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), as alergias afetam cerca de 30% da população brasileira, e desse percentual, 20% são crianças. Além disso, estima-se que até 2050, 50% da população mundial apresente algum tipo de alergia. O Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo chama a atenção para esse problema, que tem aumentado, não somente a prevalência, mas como também, a gravidade. A alergia é uma resposta não esperada do sistema imunológico frente a uma substância, o antígeno, que pode ser de natureza orgânica ou inorgânica. Este antígeno pode sensibilizar a pessoa e, em decorrência disso, o organismo pode ou não desenvolver uma doença alérgica. De diversas especialidades, as doenças alérgicas podem se manifestar em todos os sistemas do corpo humano. Segundo a alergista e imunologista do HSVP, Dra. Melissa Thiesen Tumelero, as mais comuns são as respiratórias (rinossinusite, asma) e cutâneas (dermatites, urticárias). Outras, mais frequentes também são as alimentares, alergias a medicamentos, picadas de insetos e ao látex.

 

Causadores
Os agentes que causam as alergias podem ser vários. “Nas alergias respiratórias, os mais frequentes são os ácaros da poeira, pólens, fungos e pelo de animais. Nas alergias alimentares, crianças são mais reativas a leite e ovo, enquanto adultos varia, mas frutos do mar e castanhas, são mais prevalentes que em crianças. Outros fatores são medicamentos e, também, venenos de insetos (abelha, vespa, formiga). E a alergia por contato na pele, geralmente se deve a produtos químicos”. Em relação às reações alérgicas, para a profissional, elas dependem da predisposição genética e da exposição aos fatores desencadeantes. “As reações ao mesmo alérgeno podem se manifestar de diferentes formas e gravidades em cada pessoa. Sendo de leves, sem grandes implicações até graves, como o choque anafilático, com risco de morte”. Quanto às complicações, dependem do tipo da alergia e da manifestação clínica. “O quadro mais grave, se for IgE mediado é uma anafilaxia (reação alérgica aguda), mas outras alergias não IgE mediadas podem ter outras complicações, como reações graves a fármacos, alergias alimentares não-IgE mediadas (esofagite eosinofilica), alergias ocupacionais (referentes ao trabalho), urticária crônica e qualidade de vida, e outras mais”.

 

Prevenção
Algumas alergias têm cura, espontaneamente ou através de tratamento, enquanto outras não, apenas o controle clínico e tratamento. A prevenção pode ser feita antes do aparecimento de alguma alergia, por exemplo, o aleitamento materno e uso de produtos e alimentos específicos nas crianças com histórico familiar ou pessoal de alguma alergia. Para aqueles que já apresentaram algum tipo de alergia, Melissa revela que “a prevenção de crises se dá através de orientação médica, além de evitar os fatores causadores e uso de medições especificas”.
O tratamento também varia muito sendo aplicado de forma diferente em cada pessoa. Conforme a alergista ele é feito com medicamentos, alguns de uso contínuo e preventivo e outros para uso apenas nas crises alérgicas.

 
Vacina
A imunoterapia alérgeno-específica é indicada para situações específicas. Podem receber a vacina pacientes com “rinite, conjuntivite, asma, dermatite atópica e alergia a veneno de insetos hymenopteros, com comprovada sensibilização IgE mediada ao alérgenos específicos desencadeantes dos sintomas”.

 

Diagnóstico
Como há um constante aumento da prevalência e gravidade das alergias de uma forma geral, é extremamente importante o diagnóstico e tratamento corretos, principalmente em relação à qualidade de vida do paciente e familiares, em especial, se for criança. Deve-se evitar restrições desnecessárias como alimentares e medicações, riscos, estresse psicológico e restrições sociais. Assim, o diagnóstico, tratamento e acompanhamento adequado por especialistas é recomendado. “Hoje, preconiza-se que a medicina apresente quatro características principais: ela deve ser personalizada, preventiva, preditiva e participativa”. 

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