A mulher que deseja engravidar deve estar atenta às condições de sua fertilidade. O tempo é um inimigo natural, mas a falta de exames periódicos e alguns hábitos também podem ser prejudiciais para quem deseja ser mãe. Então, como a mulher pode saber como está a sua fertilidade? A Dra. Sofia Noskoski explica que ela pode observar se os seus ciclos menstruais estão regulares, através do aumento da temperatura corporal na metade do ciclo associado à presença de muco hialino e ainda a uma cólica de curta duração neste período (dor da ovulação). Todos estes sinais e sintomas ela pode perceber sem o uso dos contraceptivos hormonais que bloqueiam a ovulação. Além destes, podemos realizar alguns exames hormonais, exame de ovulação, contagem de folículos antrais, entre outros.
O espermatozoide
A médica ginecologista, membro do corpo clínico do Hospital de Clínicas de Passo Fundo, destaque que a fertilidade não é verificada apenas pela reserva ovariana ou ovulação. Para que a gravidez ocorra é necessário também um espermatozoide de boa qualidade que fecunde o óvulo e que a mulher, além de uma ovulação adequada, tenha trompas pérvias e tenha um útero que esteja apto para a implantação do embrião. Para avaliar todo este processo, normalmente é necessária a realização de vários exames os quais são indicados se houver uma suspeita de infertilidade. Esta é definida após 12 meses de tentativas de gravidez para mulheres abaixo dos 35 anos e após 6 meses para as que têm 35 anos ou mais, podendo ser antecipada se houver alguma suspeita na avaliação clínica.
Parâmetros
Existem alguns exames que podemos avaliar a reserva ovariana, a obstrução das trompas e as alterações do útero. Deve-se analisar todos os exames e avaliar individualmente o perfil de cada mulher para poder predizer a capacidade de gravidez.
O tempo é um inimigo
A idade com menor risco de complicações na gravidez e no pós-parto segundo alguns trabalhos é dos 25 aos 29 anos. Consideramos que a taxa de gravidez após um ano de tentativa com 20 a 24 anos é em torno de 86%, dos 25 aos 29 anos 75%, dos 30 aos 34 anos 60% e após os 35 anos há um declínio ainda maior. Por isso, incentivamos as mulheres a engravidar antes dos 35 anos devido a um aumento da infertilidade após essa faixa etária. A partir dos 35 anos a gravidez pode ser de risco.
Outros fatores
Além da idade, outros fatores podem ser prejudiciais à fertilidade. O tabagismo, quimioterapia, radioterapia, doença inflamatória pélvica, histórico de doenças sexualmente transmissíveis, cirurgias pélvicas, obesidade, estresse, consumo excessivo de álcool, cafeína, drogas ilícitas e prática de exercícios físicos extenuantes.
Acompanhamento
Um acompanhamento periódico pode detectar alterações. Os exames e check-ups são importantes para uma avaliação global da mulher. Podemos observar alterações no exame físico e sintomas que nos alertam para uma investigação mais precoce e que podem interferir na fertilidade.
Atenção à alimentação
Os hábitos alimentares podem ser prejudiciais ou benéficos. Alimentos gordurosos, muito carboidrato e pouca ou nenhuma vitamina desequilibram os hormônios e prejudicam, sim, a fertilidade. Alimentos de alto índice glicêmico, como arroz branco e batata, também precisam ser evitados, pois podem atrapalhar a fecundação. Segundo pesquisadores de Harvard, alimentos com baixo índice glicêmico – como ameixa, atum light, aveia em flocos, batata-doce, crustáceos, iogurte desnatado e feijão fradinho, entre outros – podem ajudar a fecundação. Uma alimentação saudável é, portanto, essencial para que a mulher tenha melhores condições de engravidar.
Estresse
O estresse e a vida sedentária são prejudiciais. Com certeza, o estresse e a obesidade podem bloquear a adequada pulsatilidade hormonal e causar uma irregularidade menstrual, suprimindo a menstruação e dificultando a ovulação e a gravidez. Álcool, cigarro e drogas também diminuem a fertilidade.
Combatendo à infertilidade
Quando há infertilidade existem caminhos para reverter o quadro. Mas depende muito de qual alteração o casal possui. Alguns casos podem ser resolvidos com uma simples redução do peso corporal ou uma indução de ovulação com medicamentos ou, ainda, ser necessária a realização de uma cirurgia. Nos casos mais graves ou que não achamos uma causa da infertilidade, pode haver necessidade de se realizar uma inseminação ou uma fertilização in vitro (FIV).