Aumenta o número de atendimentos por doenças respiratórias

Mudanças bruscas na temperatura durante o inverno tendem a desencadear, em pacientes com baixa imunidade, crises relacionadas a problemas do sistema respiratório

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O mês de julho foi marcado pelas idas e vindas dos termômetros em Passo Fundo. A oscilação foi tanta que, neste período, enquanto alguns dias chegaram a registrar temperaturas negativas, outros viram as máximas subirem à casa dos 25°C. Os impactos deste clima inconstante exibem-se, especialmente, na procura por atendimentos emergenciais nos hospitais passo-fundenses. No Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), somente nos primeiros 24 dias de julho, mais de 500 pessoas foram atendidas em decorrência de problemas respiratórios. O aumento aparece também nos dados do Hospital de Clínicas de Passo Fundo (HC). Embora não tenha especificado quantos atendimentos foram prestados especificamente em casos relacionados a doenças do sistema respiratório, a instituição reportou uma elevação de 15% no serviço do setor em comparação com os meses de verão.


Em grande parte dos casos, os pacientes que procuram atendimento emergencial durante os meses mais frios do ano já possuem algum quadro de alergia – como rinite, bronquite e asma. Segundo especialistas, com as mudanças bruscas na temperatura, aqueles que possuem baixa imunidade acabam ficando mais suscetíveis a exacerbações da doença. Neste cenário, conforme indicam os registros do HSVP, os reflexos são facilmente perceptíveis em pessoas asmáticas, por exemplo. Foram 43 pacientes buscando tratamento em decorrência do problema neste mês, o maior índice entre os casos de alergia. Também mostrou-se comum a procura por atendimento em casos de pneumonia: foram cerca de 55. Já os atendimentos por problemas respiratórios classificados como “sintomas em geral” chegaram a 237.


Gripe


É também no período de inverno, quando as pessoas tendem a ficar mais aglomeradas, que outro grave problema assola a população: a contaminação pelo vírus Influenza A H1N1. No início do mês, Passo Fundo chegou a registrar um óbito em decorrência da gripe. A vítima foi um homem na faixa etária de 30 anos, que estava internado no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) e já havia recebido a vacina contra o vírus. Esse foi o primeiro caso de óbito do ano notificado e confirmado pela 6ª Coordenadoria de Saúde, na região de abrangência do órgão – que atende 62 municípios –, segundo o enfermeiro responsável pela Coordenação Epidemiológica, Gilberto Santetti. “Fora isso, tivemos 181 casos suspeitos, mas somente dez ficaram confirmados como se tratando do vírus H1N1, sendo oito deles em Passo Fundo”. A diferença significativa entre suspeitas e confirmações, conforme explica o enfermeiro, se deve ao protocolo de atendimento. “Qualquer paciente que interna com síndrome respiratória passa por uma coleta de secreção respiratória, que é encaminhada para análise no Laboratório Central, em Porto Alegre. Pode ou não ser o vírus, mas a análise é sempre feita como precaução”.

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