Passo Fundo tem índices de Hepatite C acima da média nacional

Dados foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde. O município também está entre as cidades gaúchas de alto risco

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Casos de hepatite cresceram também no estado. Entre os tipos, a C teve mais de 5,8 mil novos casos no Rio Grande do Sul, segundo a Secretaria de Saúde.Casos de hepatite cresceram também no estado. Entre os tipos, a C teve mais de 5,8 mil novos casos no Rio Grande do Sul, segundo a Secretaria de Saúde.
Casos de hepatite cresceram também no estado. Entre os tipos, a C teve mais de 5,8 mil novos casos no Rio Grande do Sul, segundo a Secretaria de Saúde.
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A cidade de Passo Fundo manteve, nos dois últimos anos, uma média de 50 casos de hepatite C para cada 100 mil habitantes e está entre as 62 cidades gaúchs em alerta amarelo. A taxa de incidência da doença supera os indicadores estaduais e nacionais de diagnóstico para as hepatites virais. Os índices também são crescentes no Estado, que lidera o ranking nacional dos casos de hepatite C, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Com 46,01 pacientes infectados para cada 100 mil habitantes; 7,6 mil pessoas foram diagnosticadas com os tipos A, B e C das inflamações hepáticas, no último ano, através de exames clínicos específicos para a doença nos postos de saúde estaduais. Seguindo o mesmo fluxo de avanço da patologia viral, Passo Fundo permaneceu acima da média entre os municípios brasileiros apresentando 50 casos da terceira categoria para cada 100 mil habitantes, conforme apontou um relatório elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde. “O vírus é bem resistente à temperatura ambiente. A [hepatite] B e C é transmitida através do contato com sangue, fluídos corporais e relações sexuais sem proteção”, alerta a enfermeira do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) da Secretaria Municipal de Saúde, Seila de Abreu. 

A porcentagem crescente na série histórica de monitoramento da doença, na avaliação do coordenador epidemiológico da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ª CRS), Gilberto Santetti, atribui-se, em parte, pela implementação dos testes rápidos para hepatite na rede pública de saúde. “É uma doença silenciosa. Muitos pacientes são crônicos e não sabem que são portadores porque o vírus das hepatites pode estar no organismo humano e manifestar os primeiros sintomas depois de 20, até 30 anos”, menciona.
Cidades em alerta amarelo
A análise do perfil epidemiológico da doença, divulgado na quarta-feira (24) pelo órgão estadual de saúde, identificou as áreas com maiores riscos das hepatites virais. A partir desse mapeamento, 62 municípios gaúchos foram elencados como prioritários nas campanhas de prevenção e combate às enfermidades. Além de Passo Fundo, cidades de abrangência da região do Planalto Médio, como Carazinho, Erechim, Soledade e Marau figuram nesse boletim. “Em relação à hepatite B, no município de Passo Fundo, a cada ano observa-se uma pequena queda nos número de casos”, conclui a análise da Secretaria Municipal de Saúde.


Julho Amarelo
Se em Passo Fundo os profissionais de saúde identificaram uma crescente nos casos do tipo C, no âmbito estadual foi a hepatite A que, em 2018, apresentou uma alta acima dos demais subtipos com mais de “2,5 vezes o número de casos que em relação ao ano anterior”, como apontou o relatório epidemiológico de hepatites virais. Esses dados foram divulgados no mês alusivo à prevenção e diagnóstico precoce das patologias, cujo domingo (28) é lembrado por ser o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desde o dia 13, como afirmou a enfermeira do Serviço de Atendimento Especializado da Secretaria Muncipal de Saúde de Passo Fundo, Seila de Abreu, os agentes de saúde promovem campanhas alusivas, no município, para conscientiza os cidadãos sobre a “importância do diagnóstico precoce das hepatites B e C, a vacinação contra hepatite B, e medidas de prevenção dessas doenças”, reitera. Segundo a pasta, os testes rápidos e a imunização são direcionados, sobretudo, “a toda população jovem e adulta, gestantes, manicures e tatuadores”.
Classificação
Com 153% de casos a mais diagnosticados no estado, em 2018, no comparativo com o ano anterior, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a hepatite A geralmente não apresenta sintomas e, segundo o órgão, está historicamente relacionada à “precariedade de saneamento, com transmissão pela água e por alimentos contaminados”. O relatório divulgado pela pasta revela um aumento da incidência da doença entre homens jovens e adultos. Desde 2014, a imunização contra a hepatite A está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo oferecida no calendário básico infantil para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos.
Em 2018, os casos de Hepatite B, por sua vez, apresentaram um índice 14% maior que os diagnósticos em pacientes no ano anterior. A principal via de transmissão do vírus da hepatite B, ainda segundo a Secretaria de Saúde, é sexual, pelo contato com fluídos corporais ou sangue. Em média, “6% das pessoas infectadas desenvolvem a forma crônica, situação mais frequente quando a contaminação se dá na infância, em especial nos bebês”, continua o texto explicativo vinculado às estatísticas. Já o vírus da hepatite C, em alta no município de Passo Fundo, é transmitido através de sangue infectado. Os casos ocorrem com maior frequência em pessoas de 40 a 59 anos, como mensura o estudo do órgão de saúde, responsável, em 2018, por aproximadamente 50% dos casos confirmados no Rio Grande do Sul. “Deve-se ter um cuidado maior com alicates de manicure e seringas compartilhadas”, aconselha Seila.


Testes rápidos
Segundo a enfermeira do Serviço de Atendimento Especializado da Secretaria Muncipal de Saúde de Passo Fundo, Seila de Abreu, o sistema de saúde oferece testes rápidos para a detecção de hepatites B e C em todas as Unidades Básicas de Saúde do município de forma gratuita.



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