O aumento no número de casos de sarampo registrados no Brasil motivou o Ministério da Saúde a anunciar, nesta semana, uma mudança na estratégia de vacinação contra a doença. A recomendação do órgão é que, desde já, como forma de prevenir a proliferação do problema, todos os estados passem a oferecer a chamada “dose zero” da vacina, destinada a crianças entre seis meses e um ano de idade. Em Passo Fundo, conforme o Núcleo de Vigilância Epidemiológica, a dose extra já está disponível nos postos de saúde, de maneira gratuita e para toda a população, mas o município tem trabalhado somente com as cerca de duas mil vacinas que já existiam em estoque. “O Estado nos orientou a aderir à estratégia, mas até o momento não temos nenhuma informação se iremos receber novas doses da imunização”, explica a enfermeira da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ª CRS), Daiane Corso.
Apesar de o Estado ainda não ter informado de maneira precisa quantas doses serão deliberadas para o Rio Grande do Sul, tampouco qual é a previsão para que isso aconteça, o Ministério da Saúde afirmou que a intenção é enviar aproximadamente 1,6 milhão de doses a mais para todo o país. A medida é considerada uma etapa extra de imunização, porque não substitui a necessidade de que as crianças que receberam a dose zero, posteriormente, recebam ainda as doses já tradicionalmente previstas no Calendário Nacional de Vacinação, aos 12 e 15 meses. O objetivo do projeto é intensificar a vacinação desse público-alvo, que é mais suscetível a casos graves e óbitos.
O estímulo à imunização preventiva é uma resposta imediata do governo devido ao aumento de casos da doença. De acordo com a pasta, o país registrou nos últimos 90 dias, entre 19 de maio a 10 de agosto deste ano, 1.680 casos confirmados de sarampo, em onze estados: São Paulo (1.662), Rio de Janeiro (6), Pernambuco (4), Bahia (1), Paraná (1), Goiás (1), Maranhão (1), Rio Grande do Norte (1), Espírito Santo (1), Sergipe (1) e Piauí (1). Não há registro de nenhum caso confirmado em território gaúcho, por enquanto.
Bloqueio vacinal
Além de vacinar as crianças na faixa etária prioritária, o ministério, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, também orienta estados e municípios a realizarem o bloqueio vacinal. Ou seja, em situação de surto ativo do sarampo, quando identificado um caso da doença em alguma localidade, é preciso vacinar todas as pessoas que tiveram ou tem contato com aquele caso suspeito em até 72 horas.