O percentual dos casos positivos de HIV apresentou um crescimento entre a população masculina, em Passo Fundo, nos últimos cinco anos. Até o final de setembro, no entanto, um novo equipamento deve começar a ser utilizado pelos profissionais de saúde que atuam no Serviço de Atendimento Especializado (SAE), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, para a detecção da carga viral dos pacientes diagnosticados com a doença.
Encaminhado em agosto pelo Ministério da Saúde, o município foi a primeira localidade nacional a receber o dispositivo de Carga Viral Rápida para HIV e Hepatite C que se vale da biologia molecular para determinar a quantidade de ácido ribonucleico (RNA) presente nos casos de HIV e de hepatite. "O equipamento permite que possamos agilizar o início do tratamento dos pacientes", avalia a enfermeira do SAE, Seila de Abreu. No período observado pelos agentes de saúde, cerca de 80 a 90 novos casos de infecção pela vírus foram diagnosticados nos centros de saúde da cidade.
O perfil dos pacientes, conforme revelou Seila, são homens com idades inferiores a 24 anos. "A partir de 2018, notamos um aumento no índice entre o gênero visto que, nos anos anteriores, a média se mantinha equivalente entre o sexo masculino e o feminino", analisa. O monitoramento epidemiológico apontou, ainda, um crescente diagnóstico de HIV entre a população homossexual. A mortalidade anual em decorrência da presença do vírus no organismo humano, como afirmou a enfermeira, vitimaram cerca de 20 pacientes no município. "Muitos abandonam o tratamento", preocupa-se Seila.
O novo equipamento instalado no Serviço de Atendimento Especializado, segundo ela, guia o início do tratamento com medicamentos em novos pacientes, incluindo gestantes e crianças, possibilitando que o resultado seja conhecido em até 2 horas após a coleta do fluídos corporais. A utilização para pacientes com residência em municípios regionais, no entanto, ainda é incerta, conforme mencionou Seila.
Estado apresenta redução de casos
Os dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde, contudo, fazem o caminho inverso ao cenário local. Segundo o órgão de saúde, entre os 55 municípios de residência prioritários por ano, Passo Fundo figura na 38º posição no ranking de casos notificados no último período de observação, datado de 2017. O boletim do Ministério da Saúde, elaborado no ano passado, revelou ainda que a mortalidade pela doença no Rio Grande do Sul diminuiu entre 2014 e 2017. De 10,6 óbitos por 100 mil habitantes, o índice apresentou uma redução de 15%. Os números da descoberta de novos casos também caiu no mesmo período analisado. De 39,5 casos a cada 100 mil habitantes, a taxa reduziu para 29,4 a cada 100 mil habitantes