De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), mais de 170 alimentos são considerados potencialmente alergênicos, apesar de uma pequena parcela deles ser responsável por um maior número de reações. Conforme explica a nutricionista do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo, Vanessa Ré, há diferença entre os termos alergia e intolerância alimentar, questão que ainda pode gerar dúvidas e são, comumente, confundidos pelas pessoas na hora de identificar os sintomas.
Alergia
A alergia alimentar é uma reação adversa decorrente de uma resposta imune específica, que ocorre após a exposição a um dado alimento. De acordo com a especialista, os sintomas são causados pela resposta específica do indivíduo ao alimento, e não pelo alimento em si. "As defesas do nosso corpo confundem um componente do alimento ingerido como uma ameaça", explica Vanessa. A Asbai, estima que cerca de 8% das crianças com até dois anos de idade, e 2% dos adultos sofrem algum tipo de alergia alimentar.
Intolerância
Já a intolerância alimentar é uma reação adversa a um aditivo ou alimento, e não envolve o sistema imunológico. Segundo Vanessa, a intolerância ocorre devido à forma como o corpo processa o alimento ou os componentes do alimento. "Por exemplo, o organismo não consegue digerir o alimento, ou não se produz a enzima específica para digestão daquele alimento", explicou.
Reações
Os alimentos que mais frequentemente causam alergias são o leite - proteína do leite de vaca, ovos, amendoim, nozes, soja, trigo, peixes e mariscos. No entanto, conforme comenta Vanessa, "qualquer alimento é capaz de provocar uma reação alérgica depois de que um indivíduo se torna sensível a ele". As intolerâncias alimentares são muito mais comuns do que as alergias alimentares, sendo as mais frequentes a intolerância à lactose, carboidratos e aditivos alimentares.
Fique atento à alimentação
Não existe um tratamento curativo para as alergias e intolerâncias alimentares, portanto, estes indivíduos devem evitar o contato e a ingestão desses alimentos e ler atentamente os rótulos para observar se o alimento contém o alérgeno. Além disso, é necessário manter o cuidado com refeições fora de casa, onde não se sabe em específico quais alimentos foram usados na preparação.
Crianças
"Em casos de crianças com alergia a proteína do leite de vaca, além da substituição do leite, deve-se atentar para todos os alimentos que contenham leite em sua composição", salienta Vanessa. Em casos de intolerância à lactose pode-se ingerir alimentos sem lactose, como leite sem lactose, iogurte sem lactose, sorvete sem lactose e a ingestão oral da enzima lactase também pode ser uma alternativa. "Buscar acompanhamento de uma equipe multidisciplinar é importante para definir os cuidados e as melhores terapias indicadas", aconselha.
Sinais e sintomas
Consequências graves
De acordo com a especialista, na alergia alimentar, um indivíduo que é alérgico a um alimento, como amendoim, pode desenvolver anafilaxia potencialmente letal após consumir uma quantidade muito pequena de amendoim. "Além disso, pode desenvolver sintomas respiratórios como tosse, espirros, gastrointestinais como cólicas abdominais, náuseas, vômitos, diarreia, cardiovasculares como hipotensão, tonturas, e sintomas na pele como dermatite, rubor". Já na intolerância, o consumo do alimento que causa os sintomas não é prejudicial, mas pode ser desagradável, causando diarreia, desconforto abdominal, náuseas, flatulência, entre outros.